08. Quando bate a saudade.

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Mais uma semana que se inicial...

Por aqui está tudo normal. Eu acordo cedo, como o pouco que restou do café da manhã que minha linda Janete preparou e que o mala do Túlio quase devora tudo. Pego minhas coisas e espero a mamãe gritar pelo meu nome.

-- CAIOOOO, anda logo. Eu vou me atrasar e você também.

-- Calma princesa, vou só colocar perfume. -- Eu acordei de bom humor hoje.

Vou correndo para o quarto, e procuro meu perfume preferido. Mexo em todas as minhas coisas e não o encontro.

-- Janeteeee -- Gritei -- Você viu onde está aquele... Deixa, já encontrei.

O perfume estava em baixo da cama. É o resultado de ser bagunceiro... Coloco a mochila nas costas e estranho o silêncio na casa. Mas corro para garagem e espero a mamãe fazer a manobra com o carro.
Geralmente isso tudo dura alguns minutos, pois a mamãe é péssima pra fazer isso.

Ela para com o carro em frente a casa e eu entro. Coloco o sinto de segurança e ela arranca com o carro. No caminho, ao som dos mesmos sertanejos de sempre, eu tento puxar assunto com minha mãe que mal conversa comigo.

-- A casa tava um silêncio hoje... O que aconteceu? Seria um milagre? -- Brinquei.

-- Kakaka, muito engraçado você... -- Mamãe foi irônica. -- É porque sua irmã não estava em casa hoje, é isso?

-- Eu não sabia que eles não estavam, por isso falei... Mas desculpe, não falo mais da sua queridinha.

A mamãe olha para mim e me fuzila com os olhos. Após minha tentativa frustrada em puxar assunto, eu vou o caminho todo calado, só mexendo no celular até chegar próximo a minha escola. O problema que lá tem sempre um pouco de congestionamento. Então a mamãe fala algo.

-- Caio, é impressão minha ou você não engole o fato da sua irmã, sobrinha e cunhado está morando lá em casa?

-- Nada contra, só acho foda o barulho da Dayana chorando, com a inutilidade da Yasmin e a folga do Túlio. Tá bom pra você?

-- Eu nunca soube lidar com essa tua personalidade egoísta. Não sei como ainda você consegue fazer amigos.

-- Eu consigo porque procuro ser atencioso, carinhoso, me preocupar com eles. Tudo isso ao contrário da senhora, que nem isso é capaz de me dá. Mas isso a senhora não consegue ver, pois tá sempre ocupada trabalhando ou dando atenção a Yasmin. — Desabafei.

-- Olhe o jeito que você fala comigo, seu moleque. -- Ela olha me fuzilando novamente. -- Eu faço o máximo para estar presente para todos. Você acha que é ou foi fácil ter que sustentar dois filhos e uma casa sozinha? Você acha que é só o seu mundinho que tem problemas, mas todos nós temos, inclusive sua irmã... Mas não se preocupe, pois isso está perto de acabar...

-- Ah, tá bom, me desculpe. Não quis ser tão grosso. Mas Porque está falando isso? -- Pergunto.

-- Estou falando isso porque a inauguração da empresa do Túlio será amanhã. Consequentemente em breve ele encontrará uma casa para morar e você volta a ser feliz dentro daquele seu quarto.

-- Ah, que legal. Aguando ansionamente por isso então. -- Ironizei.

Eu fiquei triste por Túlio não ter me contado isso. Acho que agora será difícil da gente se ver.

"Caralho, e se ele conhecer algum estagiário lá? Se ele conhecer outra pessoa?" — Pensei sozinho.

Fiquei pensando diversas besteiras e durante esse momento, fiquei um pouco longe. "Acordei" quando a mamãe falou:

Seu olhar no meuOnde histórias criam vida. Descubra agora