13. Proposta indecente.

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Depois de um conselho bem aleatório, eu tomei coragem de ligar para o Túlio.

Não me julguem, pois eu até que me segurei por um bom tempo. Foram exatamente 7 meses. Durante esse tempo, tudo aconteceu em minha vida. Minha relação com minha mãe e minha irmã se tornou algo irreconhecível. Elas se tornaram duas pessoas que se importam comigo. Minha irmã mesmo, me surpreendeu pois sempre me mandava mensagens, procurava saber como eu estava. Houve um dia em que ela até tentou conversar comigo, perguntou como estava meu coração, se eu era apaixonado por alguém. Porém, infelizmente eu não pude conversar sobre isso com ela, pois o carinha pelo qual eu estava apaixonado era o marido dela. Então tudo que fiz foi recuar e fugir do assunto e ela até tentou render, mas eu inventei uma desculpa qualquer. Porém, uma coisa me deixou pensativo durante uma das nossas conversas, pois houve um dia em que ela veio perguntar o que eu achava do Túlio.

Estávamos sentados na mesa da cozinha fazendo um lanche quando ela fez essa pergunta espontaneamente enquanto mexia no celular:

-- Oh Caio, o que você acha do Túlio?

-- Como assim o que eu acho do teu marido? -- Fiquei nervoso e nem terminei de tomar o suco.

-- Ué, sei lá. Como tu caracteriza ele, como tu ver ele... Essas coisas... -- Ela continuava mexendo no celular.

-- Credo, Yasmin. Que pergunta sem noção. -- Levantei da mesa para levar o copo até a pia.

-- Responde, menino. Que besteira!!!

-- Queres saber se ele é.... -- Sorrimos.

-- Af, Caio. Claro que não!

-- Então é o que, mulher? Ele é legal, eu acho, pelo menos pra você ele é. Pois pra mim não quero que ele seja nada. A mamãe também gosta dele... -- Dei de ombros.

-- Huuuum! Que bom. Ele fala muito de você, que queria ser mais próximo e tal.

-- Af, Yasmin! Que conversa chata. Eu sou de boas, só acho que eu e ele não tem pra quê se "dar bem". Só nos respeitamos e está ótimo. Quem tem que gostar dele é você. -- Sorri horrores.

-- Af, queria eu. -- Ela deu de ombros.

Eu finalizei a conversa e sai da cozinha quase infartando.

Estranhei essa pergunta e respondi como se não tivesse entendido absolutamente nada. Mas a conversa foi bem estranha e principalmente o "queria eu" no final.

"Será que eles não transam?" -- Fiquei pensando por um tempo.

De volta a festa, após o ótimo conselho que recebi do Thomas, resolvi ligar para o idiota do Túlio. Mas dessa vez eu estava disposto a fazer diferente. Tudo que eu estava sentindo naquele momento era carência, medo e dúvidas. A carência era porque fazia tempo que não beijava e nem transava com alguém e muito menos com ele. O medo era de ter que escolher não ficar com ele pra sempre e não conseguir mais ficar com ninguém, pois era isso que estava acontecendo. E a dúvida era justamente essa, de ligar ou não para o filho da puta...

Corri para fora da casa e não bastou um minuto para que a Luana viesse atrás de mim.

-- O que foi, veado? VAMOOOOS BEBER, PORRA.
Sim, ela estava muito alcoolizada.

-- Mulher, te controla, fala baixo. -- Sorri. -- Eu decidi fazer uma coisa. Não me julgue. -- Encostei minhas duas mãos no rosto dela.

-- Puta que pariu, Caio. Eu não acredito que tu vai atrás daquele macho. -- Ela tirou meus braços de seu resto e deu uns passos para trás.

-- Sim, é isso mesmo! -- Respondi.

-- Porra, Caio. Eu desisto! Você é muito trouxa. Um cara gostoso do caralho (apesar que eu não gosto da fruta, mas é) querendo ficar contigo lá dentro e tu vai atrás de um cara que só faz te fuder (literalmente) e que nunca vai te proporcionar uma vida, é isso mesmo? -- Ela arrumava o cabelo e bagunçava diversas vezes de tão nervosa que estava.

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