Enganada

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Será tudo que Thomas me disse era verdade? Estou realmente confusa, não tenho reação agora e nem sei o que fazer nesse momento, apenas a observo e olho dentro dos seus olhos.

- Apenas me diga que é tudo mentira tia – digo choramingando – Thomas me contou tudo.

- Primeiramente, quem é Thomas minha querida?

- Não me chame de querida! – grito  – Como você podê matar meus pais e ainda me criar? Me diz!

- Eu te amo como uma família Alyssa, mas o reino é mais importante, eu não poderia matar minha única sobrinha. – Suzana só podia estar louca – Sim, realmente matei seus pais, eu precisava fazer isso.

- Mas porque? Só me responde isso tia.

- Só porque a sua mãe era a primogênita e tinha que assumir o trono! Eu realmente tinha ciúmes disso, eu mesma queria governar o reino, só eu – ela me encara – Tive que matar seus pais porque eles estavam em meu caminho atrapalhando meus planos e para piorar, ainda tinha você, me apeguei e cuidei, mas sabia que um dia você ia descobrir esse lugar onde estamos.

- Isso não pode está acontecendo – eu precisava saber de tudo.

- De qualquer jeito eu precisava de você aqui, preciso governar esse reino de uma forma melhor e para isso eu preciso do seu lindo cordão que minha querida irmã deixou para você, só que tem um problema, ele não sai do seu pescoço, sua mãe é muito inteligente, colocou algo sobre ele para mim não o roubar – Suzana fica pensativo por um momento.

- Eu não vou lhe entregar o colar, não depois de tudo que você fez comigo e com meus pais.

- Você vai me entregar sim, se for preciso eu corto sua cabeça, mas eu pego o cordão, você não tem idéia do que eu fiz para parecer que Aluar é um reino rico, prendi muitos inocentes e pobres que ficavam perambulando pelas ruas, para que isso acabe preciso do cordão.

Fico pensando sobre isso, por um lado ela queria entregar o colar a minha tia para que possa deixar ela em paz, mas Suzana matou seus pais e queria se vingar disso, tenho que pensar em um plano, devo correr?

Ao observar mais perto, consigo identificar aquela coisa que eu vi em sua mão, percebo que é um livro, e não me era estranho, acho que eu já tinha visto em algum lugar, mas não consigo me lembrar. De repente algo passa pela minha mente, aquele sonho que eu sempre tenho, esse livro é o mesmo que eu vi a mulher segurando.

Será que esse sonho realmente aconteceu? Então a criança no colo era eu e a mulher que estava me segurando é minha mãe e o homem com a espada é meu pai.

Lágrimas descem pelo meu rosto, isso tudo aconteceu de verdade e foi minha tia que matou eles, agora tenho certeza que não foi um sonho e sim uma lembrança.

- Eu me lembro de como aconteceu, de tudo! – grito.

- Como você se lembra se ainda era apenas um bebê? – Suzana faz uma cara de sarcasmo.

- Em um sonho, vejo uma mulher com uma criança no colo e um homem com uma espada em sua mão, vejo outro mulher com esse mesmo livro, e essa mulher é você – tudo poderia passar de uma mentira, mas o que está prevendo é tudo verdade.

- Vou acabar com isso logo, Tá ficando chato demais, última chance, prefere vir como uma boa menina ou terei que te matar aqui mesmo - Suzana abre seu pequeno livro.

Fico com medo, porque não sei o que vem de dentro dele, mas sei que é muito perigoso ao ponto de matar alguém. Não importa o que lhe vai acontecer, irá fazer tudo para se vingar.

- Não! Eu nunca irei com você, não depois de tudo que você fez!

- Já que é assim, então você sofrerá e te mandarei direito para o lugar onde eu enviei seus pais – com um riso maldoso no rosto, Suzana aponta o dedo indicador para mim e soltou algumas palavras que eu não entendi e de repente algo começa a vir em minha direção.

Será esse meu fim? Não irei me casar e nem ter filhos. Parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta, vejo um vulto passando perto do meu rosto e cai sobre meus pés.

Não consiga enxergar o que era, meus olhos estão embaçados por causa das lágrimas. O ser no chão não poderia ser quem eu estava pensando, até que eu ouço um miado.

- Nãooo! Thomas, não! Fala comigo, por favor – Começo a entrar em desespero, mais lágrimas descem pelo meu rosto – Você não pode morrer!

Mais uma pessoa se foi, meu desejo de passar mais tempo com Thomas, minha tia tirou isso de mim.

- Gato idiota, me atrapalhou, não terei força para lançar outro contra você – eu olho para minha tia com tanta raiva que eu avanço para cima dela.

Mas Suzana agiu mais rápido, me dando um soco tão forte que caí no chão desacordada, a única coisa que viu antes de cair, foi a escuridão.

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