◀Onze▶

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Ohh, você não pode ouvi-lo na minha voz?
Ohh, você não pode vê-lo em meus olhos?
O amor
O amor está vivo
Ohh, você não pode senti-lo em meu toque?
Saiba que eu sempre terei o suficiente
O amor
O amor está vivo em mim

Lea Michele - Love is Alive 

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Eu acordo sobressaltada e sinto uma dor imediata em meu pescoço que está duro. Através de olhos nebulosos eu vislumbro o céu laranja espreitando das ripas de metal das persianas da sala de conferências. Eu caí no sono aqui?

Piscando completamente acordada, eu percebo que estive nessa sala de conferência desde que o Agente Velasquez me trouxe aqui ontem à noite. Esfregando os olhos, levanto da mesa e fico de pé com as pernas bambas. Abrindo a porta, olho para fora e encontro o Agente Velasquez ao telefone em sua mesa. Uma mulher passa e sorri para mim quando eu corro meus dedos por meu cabelo bagunçado. Eu me sinto como o inferno. Provavelmente aparento isso, com os shorts denim e o grande moletom de Velasquez.

Eu ando até sua mesa, então ele olha para mim, o telefone pressionado em sua orelha. Ele levanta um dedo, gesticulando para esperar um minuto. Um olhar por seu escritório estéril e eu posso ver que não há toques pessoais, exceto uma imagem no canto de sua mesa. É dele mais jovem em um uniforme de futebol com o que parece ser seus pais. Fora isso, seu escritório é desprovido de quaisquer artefatos pessoais, repleto de pilhas de arquivos e um laptop.

Após terminar sua ligação, ele gira em sua cadeira e olha para mim.

— Bom dia. — Ele diz e esfrega as têmporas.

— Dia. — Eu respondo, meu estômago roncando quase simultaneamente.

— Desculpe pela acomodação. Você adormeceu enquanto eu fazia ligações, e eu não queria incomodá-la.

— Está tudo bem. — Eu minto. Meu pescoço está dolorido e estou exausta.

— Clarissa, eu encontrei um lugar para você ficar. — Ele diz, seus olhos se movendo entre mim e o corredor atrás. — É seguro. Há proteção de vinte e quatro horas...

— Onde? — Eu o interrompo.

— Aqui em Monte Verde. Supus que você gostaria de ficar, pelo menos até termos notícias sobre Sebastian.

— Onde? — Eu pressiono. Não consigo imaginar-me segura em qualquer lugar neste momento.

Ele se move desconfortavelmente em sua cadeira, e eu tenho a sensação de que não vou gostar da resposta.

— Comigo Clarissa. — Uma voz rouca, vagamente familiar diz atrás de mim.

Eu pulo e viro lentamente. Meu estômago cai quando sou cumprimentado com olhos escuros.

— Com você?

— Sim. O agente Velasquez me ligou ontem à noite e eu concordei. Acho que temos algumas coisas para pôr em dia.

Demora um momento para tudo fazer sentido, mas mesmo depois desse momento, eu ainda não posso acreditar. Eles querem que eu fique com meu pai? Meu pai que me abandonou? Meu pai que me rejeitou? Meu pai que realmente nunca foi um pai? E eles acham que eu deveria confiar nele?

— Você quer pôr as coisas em dia agora? — Eu finalmente falo, e sarcasmo escorre de minha voz. — Você não acha que é um pouco tarde?

Ele suspira alto e olha para Bat.

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