Capítulo 21

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— Estou?
— Estou Zara. Consegues vir buscar-me ao hospital? Tive alta agora e não quero ir para casa sozinha.
— Entendo. Vou tentar ir aí o mais rápido possível. Até já.
— Obrigada. Até já. - desligo a chamada.
— Yara, podes explicar-me o que é que se está a passar?
— A Sara tem passado por muito e quem a tem ajudado sou eu e o André.
— Porquê?
— Depois do que vos fez ainda a ajudas?
— Como assim depois do que nos fez?
— Engravidou do André e provavelmente propositadamente.
— Desculpem meter-me na conversa, mas a culpa não é apenas dela. Se o André não andasse a enfiar o pinto onde não deve, isso não acontecia.
— O Afonso tem razão. A culpa não é só da Sara, para além de que tenho a certeza de que ela não planeou nada disto. A carreira de modelo dela está acabada e os pais dela também estão contra ela.
— É bem feita.
— Ela está no hospital porque o homem que pode ser pai da criancça decidiu ir lá a casa dela, ela contou-lhe e ele deu-lhe um tareia.
— Como é que ele foi bater numa mulher? Ainda por cima grávida? - diz o Afonso.
— Pois, não sei, mas foi o que fez. Neste momento não sei de todo se quero que seja filho desse monstro. A criança não tem culpa de nada e não merece um pai assim.
— Não me parece é que o meu irmão pense dessa maneira.
— Porque dizes isso?
— Ele ontem parecia animado ao dizer que pode não ser ele o pai.
— Sim, também achei isso.
— Pois, mas espero conseguir convencê-lo a assumir a paternidade da criança mesmo não sedo dele.
— Como é que tencionas fazer isso?
— Falando com ele. Agora preciso de me arranjar para ir buscar a Sara ao hospital. Vocês podem ir conhecendo aqui a cidade. Depois logo vou ter com vocês.
— Está bem. - responde a Andreia.
— Nós vamos contigo. Nós alugámos um carro, por isso devemos de conseguir lá ir na boa. assim também ficamos a saber onde é o hospital.
— Está bem, vou só arranjar-me então.

Tomo um duche rápido, visto umas calças jeans, uma camisola cinza, calço os meus New Balance laranja, o casaco de cabedal, pego na carteira e vou ter com ele à sala.

— Vamos?
— Sim, vamos.

Felizmente ainda me lembrava do caminho para o hospital e conseguimos assim chegar lá rapidamente. '

— Obrigada por teres vindo.
— De nada, precisas que leve alguma coisa por ti?
— Não é preciso, obrigada. Olá Afonso.
— Nem penses em meter-te com o meu namorado.
— Nunca me meteria com ele, até mesmo que tivesse solteiro. Fico contente por saber que já fizeram as pazes e que estão juntos de novo.
— Não acredito muito nisso.
— Porquê?
— Porque não acredito em ti.
— Tudo bem, estás no teu direito.
— Como não sei se não inventaste esta agressão para teres o André e a Zara aos teus pés.
— Como disse estás no teu direito de duvidar, mas eu não iria inventar algo tão cruel e real.
— Fizeste queixa?
— Não. 
— Como é que queres que acredite que foste mesmo agredida se não fizeste queixa?
— Ele pode ser o pai do meu filho, para além de que é casado, não lhe quero estragar mais a vida.
— Só podia.
— Andreia, chega. Nenhum homem deve de fazer o que ele fez. Não há nada que o justifique. - diz o Afonso - para além de quem é casado é ele, ele é que devia de manter a gaita dentro das calças.
— Ela nem sabia que ele era casado. - respondo.
— Está bem. - responde ela.

Ajudo a Sara a terminar de arrumar as suas coisas e levamo-la a casa.

— Ficas bem sozinha?
— Fico, não te preocupes. Assim que saires vou trancar a porta e se ele aparecer também não lhe a abro. Para além de que a Mariana está a sair e peço-lhe para vir ter comigo.
— Mas se quiseres fico aqui contigo até ela chegar.
— Agradeço imenso, mas não é necessário, ainda por cima tens coisas para fazer. Eu até servia de guia, mas estou cheia de dores, tenho que descansar.
— Sim, nem pensar que vais andar de um lado para o outro. Se precisares de alguma coisa diz.
— Obrigada.

Between HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora