Capítulo 14

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Jake Higgins.

Observo Rachel dormir deitada no meu peito e acarecio levemente suas costas, passo meus dedos por sua pele macia e me pego admirando as sardinhas que ela têm nos ombros, sua respiração calma faz seu peito subir e descer, sua mão delicada está repousada sobre meu peito como se ali fosse exatamente seu lugar.

Toco seus cabelos macios e sinto o delicioso cheiro de rosas invadir meu nariz, ela se mexe devagar e paro rapidamente de adimirá-la.

Mas o que eu estou pensando??

Eu não sou assim, não faço carinhos nem deixo mulheres dormirem sobre o meu peito. Talvez só esteja mexido por ter sido seu primeiro, eu meio que devo esse carinho à ela.

Não imaginava que Rachel fosse virgem, ela é uma mulher extremamente linda, sensual e muito sexy, fiquei muito surpreso ao descobrir que ela nunca esteve com ninguém antes, mas seria muito hipócrita ao negar que esse fato não me deixou feliz.

Aposto que aquele merdinha que ela namorou na faculdade não seria capaz de proporcionar à ela o prazer que eu dei ontem, só de pensar que outro já passou as mãos por seu corpo e a beijou como eu beijei, sinto uma raiva descomunal, eu não sei porquê e sinceramente não estou muito interessado em descobrir a razão de meus sentimentos possessivos em relação à ela, mas só sei que a mera possibilidade de imaginá-la sentindo as mesmas coisas que sentiu comigo ontem à noite com outro homem, me deixa fervendo de raiva.

– Bom dia! - Me sobressalto um pouco ao ouvir sua voz suave.

– Bom dia. - Digo e ela começa a se mover mas a prendo em meus braços. - Como se sente? - Pergunto olhando a nos olhos. Fico genuinamente preocupado, espero que não tenha se arrependido.

– Muito bem. E você? - Ela sorri e sinto meu corpo estremecer ao ver o jeito que ela me olha. Droga

– Bem. - Ela lança seu olhar para o pequeno relógio do meu lado da cama.

– Nossa já é quase meio dia, por isso tô com tanta fome. - Diz e se levanta me dando a visão de suas costas, ela procura por algo no chão.

– O que foi? - Pergunto sem conseguir tirar meus olhos dela.

– Cadê minhas roupas? - Diz e me olha sorrindo por cima do ombro.

– Provavelmente sua blusa ficou na sala, mas toma. - Alcanço minha camiseta no chão e jogo para ela.

– Espero que esteja cheirosa. - Diz brincando e a veste fazendo graça. - Até que não ficou tão ruim, eu vou fazer um café, se quiser usar o banheiro é naquela porta à direta. - Sai do quarto e assim que faz isso me jogo na cama pensativo.

Isso não está dando certo, eu estou perdendo meu foco e fazendo coisas que jurei à mim mesmo jamais fazer, dormir com uma garota, na casa dela, da minha maneira estou sendo carinhoso com ela, e juro que não poderia fazer diferente, não há como tratá-la com grosseria, ela não deve nem saber o que é isso.

Mas sei que tenho uma missão à cumprir e não posso decepcionar o clube, por isso hoje vou tirar o dia para fazer o que tenho evitado há dias, descobrir tudo o que preciso sobre ela e acabar logo com essa história.

Se Rachel estivesse metida com os Mayan's um deles já teria a procurado durante essa semana que se passou, ou teria registrado alguma chamada no seu celular, que eu grampiei, não que me orgulhe disso.
Tenho quase certeza que a ligação dela com eles não existe, mas mesmo assim preciso tirar a prova.

Sigo até o banheiro e lavo meu rosto e boca, quem sabe assim eu não acordo, logo depois visto minha calça jeans e pego meu celular, vejo algumas mensagens de Harryes perguntando sobre o andamento de minha investigação, é um número privado, mas pela foto vejo que é uma das garotas do clube.

Como essa puta conseguiu meu número?

Bloqueio seu número e guardo o celular no bolso da calça.
Assim que chego na cozinha vejo Rachel com o cabelo preso de um jeito desengonçado, ela prepara algumas panquecas e parece muito concentrada em sua tarefa.

– Oi, pode me ajudar aqui? - Ela pergunta e logo me prontifico à auxiliá-la.

– Deixa que eu faço. - Pego o bacon e coloco na frigideira, logo depois adicionando os ovos com um pouquinho de sal e pimenta.

– Não sabia que você cozinhava. - Ela diz surpresa.

– Eu não cozinho, eu me viro. - Digo e ela pega uma jarra de suco na geladeira e coloca na bancada junto com o café. Assim que termino os ovos e o bacon ela me estende um prato.

Me pego observando nossa situação, o clima não ficou estranho depois de ontem a noite como eu temia, pelo contrário. Estamos agindo como se essa fosse nossa rotina normal, o sentimento de pertencimento me assusta assim que aparece.

– O que mais o senhor motoqueiro sabe fazer? - Pergunta enquanto se senta e começa a comer, olho para ela me afastando de meus pensamentos.

– Senhor motoqueiro? Parece nome de pornô. - Digo e ela solta uma gargalhada.

– Credo! - Diz limpando a boca e tomando um gole de suco. - Deve ser um muito ruim.

– E você entende de bons pornôs? - Pergunto levantando uma sobrancelha meio surpreso.

– Isso não é exclusivo para homens, sabia? Mesmo que muitos deles sejam extremamente sexistas e até deprimentes acredito que existam apenas os menos piores, todos nós já fomos adolescentes.
- Diz e fico surpreso com sua resposta, Rachel sempre pareceu ser do tipo certinha, realmente não sei nada sobre ela.

– Obrigado pela aula de sociologia. - Digo e ela ri. - Gostou dos ovos?

– Estão ótimos.

– Obrigado, e respondendo a sua pergunta, sei me virar porque fiquei por minha conta desde muito novo.

– Ah, eu sinto muito. - Ela diz e toca minha mão. Sua expressão é terna e me sinto um bosta na mesma hora, ela não merece ser usada.

– Não sinta, foi melhor assim, minha mãe nunca foi muito boa para mim. - Vejo uma expressão triste se formar em seu rosto e mudo rapidamente de assunto. - Mas agora sei fazer um excelente ovo mexido e um macarrão de responsa também.

‐ Eu vou querer provar! Mas agora experimente minhas panquecas. - Ela diz e pego um pedaço jogando um pouco de mel.

– É realmente muito bom. - Digo e pego mais um pedaço.

– É a única coisa que minha mãe sabe fazer na cozinha, então ela ensinou á mim e aos meus irmãos com orgulho, já que a vasta experiência culinária do meu pai deixa ela intimidada.

– Seu pai não é americano é?- Pergunto pois em minha pesquisa vi seu nome e o nome da empresa que dirige.

–  Não, papai é italiano só se mudou para Nova York para ficar com a minha mãe, mas sempre passávamos os verões na Itália.

– Então você fala italiano?

- Perfettamente, ho imparato fin dall'infanzia - Diz e porra… ela fica muito sexy falando italiano, imagino ela gemendo assim debaixo de mim… - Eu disse que aprendi desde criança. - Interrompe meus pensamentos.

– Sim, é que você fica muito sexy falando italiano.

Grazie. - Diz e joga os cabelos sensualmente pro lado.

– Não me provoque, anjo. - Digo e ela se inclina em minha direção levantando uma sobrancelha.

– Ou o que? - Sussura, e respiro fundo antes de me levantar e jogá-la sobre meu ombro. - Meu Deus, Jake! Acabamos de comer. - Grita e ri batendo em minhas costas levemente.

– Pensasse nisso antes de me provocar! - Digo colocando-a na cama, essa mulher tá acabando comigo.

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