Capítulo 30 - parte II

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RACHEL

Jake me encara atentamente por alguns segundos que para mim parecem anos, meu coração está disparado e minha boca está seca. Não sei como Jake vai reagir à essa descoberta, ele parece chocado demais para formular uma frase, porém ele não pode me julgar.

Estando no meio que ele está, sabe muito bem que não se sai contando por aí que sua família é parte de uma máfia, fora que ele também já me enganou e eu o perdoei rápido demais para o que ele merecia, então o mínimo que ele pode fazer é ser compreensivo comigo agora, esse não era um segredo só meu para contar pra ele.

- Não podia contar isso para você. - Digo e vejo mágoa em seus olhos.

- Como não? Acha que não sou confiável o suficiente? - Pergunta e logo me adianto em corrigí-lo.

- Claro que não, Jake! Mas, esse não era um segredo só meu para contar para você entende?

- Ai que droga! Eu... não tinha nem como imaginar.

- Está chateado comigo? - Pergunto me levantando da cama e ficando de frente para ele.

- Não! Claro que não, só estou surpreso pra cassete. Eu nunca poderia imaginar.

- Por que? Eu não ando por aí de sobretudo e chapéu fumando charuto, daria muita bandeira. - Ele ri um pouco e logo fica sério.

- Rachel, seu pai é da porra da máfia e você não me falou nada, quando ele me ameaçou não levei a sério! - Arregala um pouco os olhos. - Eu tô ferrado.

- O meu pai fez o que? - Questiono chocada. Não acredito que ele bancou o Dom Corleone pra cima do meu namorado.

- Eu achei que ele tava dando uma de pai preocupado, isso é normal que eu saiba, mas porra... ele podia ter me matado. - Sussura a última parte e seguro a vontade de rir.

- Ele não vai matar você! Fique tranquilo. Aliás, da onde conhece o meu tio? - Ele coça a nuca e dá de ombros.

- Um dos caras antes de vir pro clube trabalhava pra ele, e nós acabamos fazendo alguns negócios juntos, eu sabia que ele era casado com uma mulher que fazia parte da máfia.

- Nossa, por essa eu não esperava.

- Muito menos eu. - Diz e me preparo para a pergunta que está entalada em minha garganta faz tempo.

- Isso muda alguma coisa entre a gente?

- Claro! - Diz e gelo por alguns segundos. - Agora nunca mais vou olhar nos olhos do seu pai, eu sumo sem deixar rastros. - Diz e solto um suspiro aliviado em meio a uma risada.

- Ele não faria isso. - Beijo seu rosto. - Não sem motivo.

- Engraçadinha! É a minha cabeça que está em jogo.

Acariciando seu rosto volto a beijá-lo com carinho, acariciando suas costas e seu rosto, após alguns minutos ele se afasta de mim.

- O que foi? - Pergunto.

- Agora que sei sobre seu pai, vou obedecer o homem! Estou indo para o quarto de hóspedes.

- Jake! - Reclamo e ele nega com a cabeça apenas beijando minha testa.

- Boa noite, anjo. - Diz e deixa o quarto fechando a porta.

Bufo e me jogo na cama!

Droga de regras.

JAKE

Entre todas as possibilidades que poderiam passar na minha cabeça sobre Rachel e sua família, o maluco do pai dela ser da máfia italiana não era uma delas.

Há um tempo atrás estava preocupado em envolvê-la no meu meio, mas ela já nasceu nele, parte da minha culpa foi embora porém estaria mentindo se dissesse que não fiquei com um pé atrás quando ela me revelou a verdade.

O pai dela pode ser um homem bem assustador quando quer, é por isso que agora durante o café da manhã evito olhá-lo nos olhos. Ao que parece hoje a mãe de Elizabeth programou um jogo de baisebol para nós, aparentemente a maioria dos votos foi para futebol, mas segundo a mesma a opinião dela é soberana aqui.

- E então Jake? Como passou a noite? - Elizabeth pergunta sorridente.

- Muito bem, Sra. Elizabeth, obrigado! A casa de vocês é muito confortável.

- Ah querido! Você que é muito gentil. - Ela ri. - Gosto desse menino.

- E então Jake, sabe jogar baisebol? - Dylan pergunta enquanto come.

- Não tão bem quanto sua irmã, mas dá pro gasto. - Digo e Rachel sorri.

- E futebol rapaz? Sabe jogar? - O pai dela pergunta ainda com sua careta no rosto e engulo em seco.

- Bom, não tenho muito costume de jogar futebol, mas gosto de assistir, meus avós eram britânicos.

- É americanos não entendem nada de futebol, quem dirá os britânicos. - Continua a tomar o café me olhando por cima da xícara.

Só espero que ele não acerte nenhuma bola na minha cara no campo.

(...)

- Fora! - Elizabeth grita e logo arremessa a bola de volta para o filho caçula.

- Arremessa com vontade, Dylan! - Rachel grita e o garoto bufa.

- Vem jogar você então, para de reclamar!

- Ei! Ei! Crianças, sem briga! - Elizabeth diz e os dois reviram os olhos do mesmo jeito.

- Tá, sua vez Jake! - Rachel diz me entregando o taco. - E vê se não erra!

- Calma, anjo! Eu sei jogar.

- Acho bom, pois eu não aceito perder pra esse pirralho.

Sorrindo pego o taco e parto para o meio do campo, na intenção de fazer a vontade da minha garota se não é capaz de eu apanhar aqui.

Harryes

- Conseguiu o que eu te pedi, Tommy?

- Sim. Já conversei com o policial e os irlandeses já estão sabendo que alguém anda por aí falando que eles não são de confiança.

Ótimo, preciso começar a movimentar as peças desse jogo logo, subestimei Jake mais do que deveria e não posso deixar essa situação sair do controle.

- E sobre o Oliver? Alguma novidade?

- Ele continua no escuro sobre o Jake, não faz ideia do paradeiro do garoto.

- Ótimo, ele não pode descobrir em hipótese alguma, as coisas devem continuar assim ele não pode nem sonhar com a possibilidade do filho estar vivo. Jake precisa sair de cena o mais rápido possível.

- Oliver não vai nem desconfiar e assim que Jake voltar vai direto para uma cela reservada com seu nome.

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