Capítulo 33

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JAKE

- Olha se não é meu paciente favorito! - Rachel entra no quarto do hospital segurando aquela gororoba sem gosto que eles me obrigam a comer há dias.

Me forço todo dia para comer essa coisa sem sabor só para que ela não fique chateada comigo, não quero parecer a porra de um bebê mimado. Então apenas sorrio e agradeço todo o carinho que ela tem dedicado à mim, coisa que não me lembro de ter recebido alguma vez na vida.

Estou nesse hospital há duas longas e cansativas semanas, aqueles filhos da puta por um triz não me acertaram um tiro fatal, e estar aqui nessa cama impossibilitado de tomar alguma atitude para mandar esses bostas pro necrotério  me enche de raiva.

- Oi. - Respondo tentando ser simpático, não é culpa dela. Muito pelo contrário, ela tem feito muito por mim.

- Vamos, seus olhos ficam ainda mais bonitos quando tem o brilho de um sorriso.

- Estou muito preocupado... algum dos caras falou alguma coisa sobre o Harryes? - Procuro tentar sanar logo minhas dúvidas.

- Tiger apenas repassou a informação combinada, que você foi levado para um hospital em Pittsburg. Já disse, Jake, não precisa se preocupar com esse assunto mais.

- Rachel, não quero você metida nessa merda eu já falei. - Ela me encara por alguns segundos e logo solta uma leve risada.

- Desculpa falar assim, querido, mas minha família costuma mexer com coisa muito pior do que a ganância de um motoqueiro velho. - Ergo uma sobrancelha para ela que fica vermelha na hora.

- Ok, Srta. Matadora!

- Não é isso, é só que... - Ela põe uma mecha atrás da orelha. - Não se preocupe com isso, já estou dando um jeito.

- Já disse que não quero que envolva seu pai nisso. É assunto meu.

- Jake, nós estamos juntos agora! Sei que se eu estivesse nessa situação você moveria céus e terras por mim, então me deixe fazer o mesmo por você.

Suspiro e apesar de me sentir um pouco constrangido com sua oferta, fico feliz por ter alguém com quem contar pelo menos uma vez.

- Vou tentar ser menos rabugento. - Digo puxando seu corpo em direção ao meu.

- Cuidado com o curativo. - Ela sussura contra os meus lábios.

- Não tô nem aí para o meu curativo, eu tenho uma médica muito eficiente para cuidar de mim. - Tomo seus lábios com desejo e ela me retribui.

Porra...

Além de baleado estou há dias com uma ereção do caralho toda vez que ela me beija, Harryes também vai pagar por ter me feito entrar em abstinência forçada.

- Para, alguém pode entrar aqui. - Ela diz com o rosto vermelho.

- Seria bom aquele doutorzinho metido a Superman ver que você tem namorado. - Digo beijando seu pescoço.

- Ele sabe muito bem que eu tenho namorado, e seja gentil ele nos ajudou a encobrir que você está aqui.

- Tá. - Reviro os olhos e sei que estou agindo ultimamente como uma criança do caralho, ela está sendo um verdadeiro anjo comigo. - Eu te amo, desculpa ser um caralho esses dias.

- Não tem problema, tenho milhares de pacientes rabugentos para lidar. Você é como o senhorzinho do quatrocentos e quatro. - Ri e a aperto ainda mais.

- Muito engraçadinha você.

- É de família..

RACHEL.

Após sair do quarto onde Jake está, tiro meu celular do bolso, ligando para o meu pai. Preciso saber se ele já descobriu alguma coisa que possa fazer esse Harryes sumir logo de uma vez.

Não gosto do modo como meu pai costuma resolver as coisas, porém dessa vez vejo que será necessário, Harryes não é um homem que joga limpo, não tem honra alguma e arma por trás das pessoas que o estendem a mão e estão lá por ele.

Ele dizia que Jake era como um filho e não hesitou em atentar contra a vida dele, esse tipo de homem não merece a menor compaixão. Após alguns toques, meu pai logo atende a chamada.

- Oi, pai!

- Oi, minha filha! Como está?

- Bem, liguei para saber como está indo o favor que eu te pedi.

- Não se preocupe, bonequinha. Já cuidei de tudo, Enzo vai enviar alguns homens para que façam a sua segurança aí, já que não aceita voltar para casa.

- Pai.. nós já falamos sobre isso. - Suspiro lembrando da longa conversa que tivemos sobre um assassino estar atrás do meu namorado e o mais seguro ser voltar para Nova York, porém não quero deixar o lugar que passou a ser minha casa por causa de um velho invejoso.

- Tudo bem, Rachel. Já entendi que não vai voltar para casa por mais que eu insista, então me deixe pelo menos mandar alguns homens para fazer a sua segurança.

- Ok, pai! - Suspiro pois sei que é o melhor. - Só não quero eles me seguindo ou sacando armas do nada.

- Eles não irão, relaxa! E quanto ao problema do seu namorado, mandei que investigassem... um clube de motoqueiros brincando de mafiosos, é sério filha?

- Pai! Pare de implicar com Jake, conseguiu algo importante ou não?

- Consegui! Descobri algumas coisas sobre o tal Harryes, ele tá metido na lama até o pescoço não seria difícil jogá-lo em uma prisão, porém receio que ele saía mais rápido do que o esperado. Querendo ou não ele tem contatos na região, sairia da cadeia em pouco tempo e ainda mais raivoso.

- E o que sugere? - Pergunto roendo as unhas de nervoso.

- Você não vai querer realmente saber, querida! - Diz e sinto meu coração acelerar. - Eu estou cuidando disso, para todos os efeitos existe um homem em um hospital em Pittsburg com o sobrenome Higgins e as mesmas características físicas, preciso que ande pela cidade cabisbaixa, para todos os efeitos ele te abandonou aí.

- Tudo bem, até agora isso está dando certo. Ninguém desconfia sobre o paradeiro dele.

- Ótimo, as coisas devem continuar assim, até que eu consiga a minha cartada final para agir.

- Do que você está falando pai?

- Logo mais você saberá. Tenho que desligar, princpessa, até o final de semana isso não será mais um problema.

- Obrigada, pai. Se tiver algo que eu possa fazer para ajudar me deixe saber.

- Claro, minha linda, te amo.

- Também te amo, papai. - Desligamos e suspiro.

Lembro me vagamente dos momentos em minha infância nos quais a famiglia passava por algum problema, mamãe ficava preocupada durante o dia e mesmo com ela tentando disfarçar, eu podia notar isso.

Lembro-me de pensar que não suportaria passar por uma situação tão angustiante assim toda vez que meu marido saísse para trabalhar, já bastava me preocupar com meu pai e Anthony e cá estou eu, acionando todos que conheço para ajudar Jake.

Não quero causar uma situação ruim para o meu pai, sei que ele será capaz de ajudar Jake e não quero ter causado um problema.

Espero ter tomado a decisão certa!

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