Rachel
– Eu fui aceita. - Digo desacreditada.
Ah meu Deus!
Eu passei!
Fui aceita em um dos maiores programas de residência médica dos Estados Unidos.
Ah meu Deus!
– Ai caramba, Rae! Parabéns! - Minha prima Chiara grita animada e me abraça com força quase me derrubando da cadeira, Chiara é assim exagerada demais, puxou a mãe, tia Nelly também é bem… enérgica. – Estou tão orgulhosa de você!
– Uau é... obrigada. - Digo ainda em choque. – Caramba, não sei nem como dizer isso aos meus pais. Meu pai vai ter uma crise quando souber que eu terei que me mudar pra Cleveland.
– Mas o tio Dom vai ter que aceitar, essa é uma oportunidade incrível, ele não vai te embarrerar nisso, ele deveria se orgulhar. - Diz jogando os longos cabelos castanhos para trás, Chiara é uma linda mulher, a pele morena, os olhos escuros e o sorriso confiante fazem com que ela atraia muitos olhares.
– Ele não sabe que enviei minha ficha para outros estados, tem certeza que só mandei pro presbiteriano de Nova York. - Digo apreensiva.
– Rae, chega! Você já é uma mulher adulta, ele não pode te impedir você já toma as suas decisões sozinha, ele precisa se acostumar com isso. O Tony tá indo para Londres essa semana e ele não falou nada!
– Ele me coloca numa redoma de vidro você sabe.
– E já está na hora disso acabar! - Exclama e pega sua bolsa. – Eu vou sair e amanhã vou voltar para o seu almoço de despedida, porque até lá você já vai ter contado, entendeu?
– Não deveria deixar você me dar ordens garota, sou mais velha que você. - Temos uma diferença de quase dois anos, não é muita coisa, mas gosto de jogar isso na cara dela.
– Em termos de viver a vida, você ainda é só um bebezinho. - Diz sorrindo e sai rebolando. – Só até amanhã, Rae. - Ela sai e me jogo na cama.
Oh Deus não quero decepcionar meu pai, ele tem certeza que eu irei fazer minha residência no presbiteriano de NovaYork, é um bom hospital também, mas o do Cleveland é bem melhor vou usar isso contra ele.
Vou dizer que minha educação é mais importante que suas paranoias, é isso, vai dar certo. Só tenho que falar com calma.– O que é isso? - Escuto a voz de meu irmão caçula, Dylan, que olha pra tela do computador com um sorriso travesso. Peste! – O papai vai ter um chilique.
– Se você contar eu vou quebrar seu videogame. - Ele parece pensar um pouco e me encarando com um sorriso senta colocando os tênis super sujos diga- se de passagem na minha cama limpinha.
– Eu não conto, mas..
– Fala logo pirralho!
– Me dá sessenta pratas.
– Seu pequeno chantagista! Vinte. - Tento negociar mesmo sabendo que vou perder, o moleque é bom no auge de seus treze anos, mais me parece um pequeno mafioso.
- Nada disso! Cinquenta.
– Vinte e cinco!
– Pai! - Grita até ficar vermelho e tapo sua boca.
– Tá bom, pequeno Dom Corleone.
– Não sou um Corleone sou um Salvatore. - Diz convencido e alcanço minha carteira pegando trinta dólares. Seus olhos brilham em orgulho por ter conseguido me dobrar e não posso evitar apertá-lo, apesar de tudo ele é meu fofinho.
– Me solta, Rae! - Diz enquanto beijo sua bochecha.
– Você gosta de me ferrar mas eu amo você, bebê.
– Para, não sou bebê. Já tenho quase treze anos!
– Tá bom! - Digo rindo e o solto, ele guarda o dinheiro rapidamente, bem a tempo de meu pai aparecer no quarto.
– Que gritaria é essa? - Ele franze as sobrancelhas em reprovação, mas sei que é incapaz de brigar conosco sem minha mãe por perto para intimidá-lo.
– Nada pai, eu e Rae só estávamos brincando. - Diz cínico.
– Sei, pode descer sua mãe tá chamando pro jantar.
– Finalmente! - Sai correndo do quarto, meu pai me olha sorrindo e o retribuo.
– Você não vem, princesa? Uma pena Chiara não poder ficar para jantar.
– Ah, ela tinha um trabalho da faculdade para terminar. - Digo me levantando. – Eu tô morrendo de fo…
– Ah meu Deus! - Meu pai diz assustado olhando para a tela do computador. Merda! Esqueci de desligar.
– Pai…
– Você... Elizabeth! - Grita o nome de minha mãe desesperado e se senta na cadeira perdendo a cor.
‐ Aí meu Deus, papai! - Corro em sua direção preocupada e tento checar seus batimentos. – Preciso que respire fundo.
– Respirar fundo? Como se você está nos abandonando.
– Papai, não feche os olhos, controle a respiração! Ah meu Deus. - Digo desesperada andando pelo quarto atrás da minha maleta médica.
– O que é isso? - Mamãe diz abismada ao entrar no quarto junto com meus irmãos e olhar meu pai na cadeira.
– Isso? Sua filha acabou de arrancar meu coração. - Diz e ela revira os olhos, pega o copo de água apoiado na minha escrivaninha e joga no seu rosto.
– Para de graça! Rachel já é uma mulher adulta! - Ele faz uma careta e ela continua. – Ela vai para onde ela quiser.
– A senhora sabia? - Pergunto envergonhada, não quero que ela pense que não confio nela.
– Eu sei de tudo, gata! - Diz e muda a expressão ao olhar meu pai furiosa, meus irmãos apenas riem com a cena, enquanto eu estou desesperada.
– Se fodeu, Rae - Tony diz rindo e tenho vontade de matá-lo.
– Cala a boca, bastardo!
– Você também é, nós somos gêmeos sua imbecil.
– Ridículo! - Digo e ele me mostra o dedo.
– Chega vocês dois! - Mamãe bate o pé e nos calamos na hora. - E você. - Aponta para meu pai. – De pé agora mesmo, nos vamos jantar e resolver isso como adultos e apoiar a Rachel como a porra de uma família! - Diz e todos concordamos com a cabeça. – Ótimo.
E em cinco minutos mamãe resolve a confusão que demorei três meses para tentar falhamente evitar.
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RIDE
RomanceO que poderia acontecer quando duas pessoas completamente opostas se encontram? Rachel uma jovem que acaba de se formar em medicina, realizando seu grande sonho de ingressar em um dos maiores programas de residência médica do país. Com muitas ambiç...