Capítulo 13: Meu ontem e meu hoje

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Pessoal, desculpem a demora em atualizar. Surgiram afazeres que me impediram de escrever, mas cá estou eu, postando mais um capítulo e revelando um ponto de vista diferente sobre os personagens. Por mais que demore um pouco, continuarei escrevendo e atualizando esta história. Fiquem ligados!

Sérgio ergueu o rosto ao pôster do filme "Guardiões da Galáxia", contemplando mais uma vez seu aspecto colorido e tendo a ansiedade reforçada em conferir como o Rocket Raccoon ficaria em sua versão de cinema. Já o haviam adaptado antes a desenhos animados e até aos videogames no jogo "Marvel vs. Capcom 3", mas aquela seria a versão de maior alcance popular. Um guaxinim de computação gráfica não poderia ficar tão ruim, certo?

Achou melhor não sair fazendo comparações entre as versões aos amigos do Daniel, que não deviam ser tão nerds assim e provavelmente o achariam um alienígena se fosse o primeiro papo que puxasse – multiplicado por dez caso ainda considerasse conquistar uma garota.

É, os tempos eram difíceis; se é que alguma vez haviam sido a ele diferentes. Qualquer possibilidade de namoro não passava de sonho distante – não por sua vontade, mas devido a não chamar bem a atenção do sexo oposto. Seguia os conselhos que lhe davam, porém: saía mais, mostrava-se aberto a conhecer mais pessoas. A parte do flerte, ou "paquera" – achava a palavra meio ultrapassada, dos tempos de seus avós – sempre era complicada, no entanto. Como as garotas não mostravam abertura (não que, ao menos, percebesse), sentia-se inseguro em investir. A situação se retroalimentava e ele sempre terminava a noite sozinho, não raro entre amigos aos amassos com as parceiras bem ao seu lado.

Outra dica valiosa que obtivera era relaxar. Não se preocupar com aquilo ao sair, pois assim tudo fluiria naturalmente e quando menos percebesse, marcaria o gol. Aquela tarde não podia mais propícia para colocar o mantra em prática: cinema com o melhor amigo, um bom filme da Marvel, alguns desconhecidos que iriam junto e com os quais poderia trocar ideia sem compromisso. Melhor ainda, alguns deles eram "desconhecidas". Normalmente, indagava antes quem faria parte do rolê e, no caso de garotas, pesquisava seus perfis no Facebook. Para saber os gostos e puxar papo mais fácil – dizia a si mesmo. Daquela vez, contivera-se e saíra sem nem perguntar o nome das amigas de Daniel.

Depois de olhar para dois pirralhos à fila vestindo camisetas dos Vingadores, desejando que não dessem trabalho durante a sessão com gritos ou gracinhas, Sérgio ouviu um burburinho se aproximando, e voltou-se para trás. De imediato reconheceu Daniel, cabelos castanhos espetados de gel e jaqueta preta sobre uma camisa do Lanterna Verde. Junto dele, rindo de alguma piada ou meme visto no celular que segurava numa mão, vinha Raul, mais velho, "bombado" e de cabelos levemente grisalhos – aquele tipo de nerd veterano que já jogava RPG quando Sérgio ainda tomava mamadeira. Vestia camiseta preta de alguma banda de metal nórdica cujo logo estilizado dificultava ler o nome, os brincos numa orelha conferindo-lhe ar descolado. Já o conhecia de algumas saídas com Daniel e conversas na Internet: gente finíssima, além de solteiro convicto. Ora tinha um casinho com alguma garota, ora passava meses na seca, e não se incomodava – o nível de nirvana que Sérgio buscava algum dia alcançar.

Os olhos do nerd deslocaram-se, então, às duas meninas conversando com eles, realmente desconhecidas – mas sendo um prazer mudar isso admirando cada detalhe de sua aparência. A primeira era uma moça negra de cabelos crespos presos com chuquinhas, sobrancelhas expressivas e boca marcante – esta última ainda mais reforçada pelo batom. A camisa preta, personalizada com a gola e partes das mangas cortadas para lhe deixarem os ombros à mostra, trazia uma estampa do filme "O Estranho Mundo de Jack". Isso, somado às calças alternando-se em listras pretas e brancas até os coturnos pretos de salto – bem bonitos e lustrados, aliás – deixavam a moça com uma aparência mais gótica que geek, embora não fosse algo que incomodasse Sérgio nem um pouco...

Meu Amor na EstanteOnde histórias criam vida. Descubra agora