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Brunna

Minha amizade com a Lud tem se intensificado a cada dia mais. Nos tornamos inseparáveis. No tempo em que estamos de folga aproveitamos ele juntas. Seja vendo um filme ou séries que temos em comum e que amamos, seja fazendo uma pool party com os amigos dela, que se tornaram meus amigos também. Ou apenas deitamos no seu quintal conversando sobre diversas coisas enquanto observamos o céu.

Além de tudo isso passamos a flertar de brincadeira uma com a outra. Confesso que algumas vezes acabo me sentindo estranha, principalmente quando os flertes são físicos. Quando ela me abraça por trás ou sussurra algo no meu ouvido. Quando ela me pega pela cintura ou começa a dar beijos no meu pescoço, confesso que sinto um certo tesão. Num primeiro momento fiquei completamente assustada com as reações do meu corpo. E mais assustada ainda quando sonhei que beijava uma mulher. Não uma mulher qualquer, era a Lud.

Nesses meus 25 anos eu nunca havia cogitado a hipótese de ficar com uma mulher, e agora me pego imaginando como deve ser. Sei que não vai rolar nada pois são apenas brincadeiras, mas não consigo parar de imaginar. Mas infelizmente eu não tinha tempo de sobra pra ficar pensando nisso. Tinha muito trabalho a ser feito e eu precisava estar focada.

Os ensaios pra nova tour estavam a todo vapor. Tínhamos horas exaustivas de ensaio para que tudo saísse perfeito. A Lud era uma chefe incrível mas sabia a hora de ser brava também. O clima era incrível no backstage. Lari e eu já éramos ótimas amigas, mas além disso me tornei amiga dos outros bailarinos que nos acompanhariam também. Nos tornamos uma grande família.

Faltavam algumas semanas pra tour acontecer mas a divulgação já acontecia em diversos canais de TV. Fazíamos diversos shows nos fins de semana e essa rotina era maravilhosa, mesmo sendo altamente desgastante. Hoje era uma sexta-feira e não teríamos show por milagre. Tiramos o dia de folga e eu decidi aproveita-lo da melhor forma, ou seja dormindo. Mas meus planos foram interrompidos quando ouvi o telefone tocar. Era a Lud.

- Oi Lud.

- Oi razão do meu viver. Tá ocupada?

Começo a rir do seu flerte logo cedo.

- Não, tô aproveitando a folga. Aconteceu alguma coisa?

- Não precisamente. Só queria te fazer um convite. Os meninos decidiram fazer uma resenha aqui em casa e eu quero te convidar. Você vem?

Fiquei receosa em aceitar seu convite, pois já tinha decidido procrastinar hoje, mas como uma boa sagitariana que eu sou, nunca digo não a uma festinha.

- Claro Lud. Chego ai em 1 hora.

Ouvi seu suspiro de alivio e uma risadinha fofa. Acabei sorrindo também.

- Ok Bru. Te espero. Beijo!

- Beijo Lud! Até mais.

Desligamos e eu fui me arrumar. Como sei a forma como essas festas terminam, achei melhor levar uma roupa reserva junto com um biquíni. Depois tudo arrumado chamei um uber e parti pra casa dela. Como sempre o trajeto foi rápido. Já do portão ouvia o som que vinha da área externa da casa. Toquei o interfone e a Netty, empregada da Lud foi quem me atendeu permitindo minha entrada.

Assim que cheguei no seu quintal ouvi gritos e assobios. Os amigos da Lud começaram a gritar pelo meu nome, e já entendi que estavam todos bêbados. Os únicos sóbrios eram a Luane e o Marcos. Este que ainda não era tão aberto comigo. Sentia que o Marcos possuía uma leve implicância e não entendia o porque. A Lud estava ao lado da DJ Kathy cantando.

Assim que ela me viu veio correndo e se jogou em mim. Quase caímos por causa do impacto e da diferença de altura, mas consegui abraça-la e evitar a queda.
A Lud me abraçava pela cintura como sempre e eu passei meus braços pelo seus ombros. Senti um beijo casto no meu pescoço e me arrepiei.

The Morning After - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora