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Ludmilla

Já fazia mais de uma semana que eu não via a Bru direito.
Tivemos nossa primeira briga mais intensa depois de todo esse tempo juntas. Eu entendia o seu lado e seus ciúmes mas não havia nada que eu pudesse fazer.
Eu estava sendo pressionada por todos os lado e isso me sufocava.

Sei que devia ter dito a ela sobre o clipe e o beijo mas não foi nada demais pra mim. Era só mais um trabalho como tantos que já havia feito. Concordo que as declarações do Felipe foram idiotas e sem embasamento, mas o que eu poderia fazer?

Se ele sentiu tudo aquilo num beijo meramente profissional o problema era dele. Eu não havia sentido nada e passei aquele dia inteiro pensando na Brunna. Me lembro que ao fim do dia eu só queria me jogar nos seus braços e mais nada. E o melhor de tudo foi que ela me esperava em casa de braços abertos e me amou intensamente aquele dia.

Mas agora isso parece uma lembrança distante.

Ela se foi e disse que desistia.

Eu nunca senti uma dor tão grande quanto a que sinto agora. Vê-la partindo naquele táxi desistindo de nós, me quebrou por inteira.
Eu não conseguia me mover do estúdio e ir para casa. Perdi a noção de quanto tempo fiquei parada ali na entrada do mesmo.

Me forcei a caminhar para dentro de novo e me sentei no chão, trazendo os joelhos até o meu peito e chorei copiosamente.
Eu precisava acalentar a dor que sentia e o choro era a melhor saída. Eu não conseguia respirar direito e a dor não diminuía.
Eu nunca pensei que um dia fosse perder a Brunna mas agora ela se foi.

Eu queria voltar no tempo e apagar tudo isso.

Eu fui uma idiota ao brigar com ela por ciúmes mas fiquei cega ao saber que ela estava saindo com aquela bailarina. A menina nem ao menos disfarça o interesse na minha namorada.
Eu queria acertar a cabeça dela cada vez que ela ficava olhando a minha Bru dançar.

Minha Bru..

Eu nem ao menos tenho o direito de chama-la assim mais.

Continuei ali na mesma posição tentando recobrar o controle do meu corpo mas as lágrimas ainda continuavam a escorrer. Ouvi meu celular vibrando em meu bolso constantemente mas eu o ignorava. Eu não queria ver ou falar com ninguém no momento.

Fechei os olhos encostando minha cabeça no espelho e relembrei todos os momento que vivi ao lado da Bru.
Quando eu a vi pela primeira vez dançando maravilhosamente bem no meu primeiro ensaio de show como Ludmilla. Quando nos beijamos a primeira vez no ap da Perolinha. Eu nunca vou me esquecer da sensação de plenitude que senti ao finalmente beijar a Bru. Era surreal todas as emoções e sentimentos que cruzaram o meu corpo naquele momento.

Me lembro da nossa primeira vez. A forma como a gente não se controlou e acabamos transando no carro mesmo.
A carinha de vergonha da Bru quando saímos dele e eu agradeci ao motorista como se nada tivesse acontecido.
A forma como nos amamos naquele quarto de hotel em Jurerê durante a noite inteira. Ela se entregou pra mim de corpo e alma naquele momento e eu fui dela como não havia sido de mais ninguém em toda minha vida.

Quando me declarei pra ela e descobri que era totalmente recíproco, o mundo se abriu para mim ali. Eu redescobri o amor no seu modo mais puro e sincero. Um amor que vem do acaso e se torna tudo. Um amor capaz de transbordar um ser humano que já se sente completo.
A Brunna me transbordou de coisas boas e eu me tornei uma outra mulher.

O dia em que a pedi em namoro..

É tão recente mas parece que já faz tanto tempo que aconteceu.
Ela se entregou pra mim não somente de corpo, mas de alma naquela noite.
A Brunna se abriu pra mim sem pudor de mostrar suas fraquezas, vulnerabilidade, seus segredos mais íntimos contando que eu a seguraria e protegeria independentemente de tudo.

The Morning After - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora