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Brunna

Acordei sentindo como se tivesse sido atropelada por um caminhão.

Beber em plena terça feira não é recomendável.

A luz do sol invadia o meu quarto me fazendo fechar os olhos devido a dor que aquela claridade estava me causando. Me virei de costas para a janela afim de evitar que minha dor piorasse.

Tateei a cama em busca do meu celular para saber que horas eram.
Assim que o encontrei vi que já se passavam das 11 da manhã e haviam dezenas de ligações e mensagens.

Ignorei cada uma delas e voltei a fechar os olhos afim de evitar a sensação de refluxo que se apoderava do meu estômago. Me virei de barriga para cima e respirava fundo e calmamente tentando controlar o enjoo insuportável.
Senti uma mão em minha testa e abri os olhos assustada. Encontrei a Ludmilla me olhando preocupada e fiquei confusa.

Me levantei sentando na cama e encostando na cabeceira da mesma.
A encarei como se buscasse uma explicação para aquilo mas ela me ignorou.
Ela me ofereceu um copo de água e eu aceitei sentindo automaticamente minha garganta seca. Bebi ainda olhando em seus olhos e ela tinha uma expressão neutra.
Ela voltou sua atenção para o meu criado mudo e vi uma bandeja de café da manhã ali. Me surpreendi com aquele gesto.

Por mais que estivéssemos separadas a Lud ainda sim se preocupava e estava aqui por mim. Senti meu estômago doer com aquela confirmação e a sensação de refluxo se intensificou.
Corri em direção ao banheiro vomitando todo conteúdo da noite passada.

A Ludmilla veio até mim segurando meus cabelos e acariciando minhas costas.
Eu ainda colocava tudo para fora quando ela se levantou e foi em direção ao meu box. Ela ligou o chuveiro e se voltou até mim.
Eu já havia melhorado um pouco e ela me ajudou a levantar.

- Vem. - ela disse simplesmente me indicando o caminho do box e eu a segui sem questionamentos.

Ela me despiu e eu me senti envergonhada pela situação em que nos encontrávamos.
A Ludmilla me ajudou a entrar no chuveiro e calmamente me lavava. Fechei os olhos apenas apreciando a sensação de suas mãos no meu corpo novamente depois de tanto tempo.

Sentia arrepios cortando meu corpo por inteiro e vi que ela se controlava ao máximo. Sua respiração era um tanto quanto irregular mas ela fazia o máximo para não deixar transparecer.
Ela lavou meus cabelos, minhas costas, pernas, pés, tudo.
Depois de cerca de 15 minutos, encerrou o banho e eu abri os olhos.

Diferente do que esperava não havia desejo em seu olhar. Apenas preocupação, cuidado, carinho e amor. Era uma intensidade de sentimentos que transpareciam ali. Um misto de tantas coisas que eu não sabia explicar.
Ela me ofereceu a toalha e eu aceitei. Ela me enrolou com cuidado e logo em seguida colocou outra em meus cabelos.

Fomos novamente em direção ao quarto e ela me levou em direção a cama. Me sentei e a Lud foi em direção ao meu guarda roupas.
Era engraçado vê-la ali mexendo em minhas coisas. Ela é tão grande para um espaço tão pequeno.
Depois de selecionar um dos meus pijamas favoritos mesmo que sem querer, ela se voltou para mim e me ofereceu o mesmo.

Eu aceitei e me levantei para vesti-lo. Ela me impediu e eu estranhei. Com todo cuidado e carinho, a Lud me ajudou a secar algumas gostas que ainda escorriam ao longo do meu corpo e em seguida vestir cada peça.
O silêncio entre nós não era desconfortável ou sufocante, era na verdade reconfortante já que não haviam palavras para descrever todo carinho e cuidado que ela tinha comigo naquela situação específica.

Depois de devidamente vestida, voltei a me sentar e ela me ofereceu um remédio. Bebi o mesmo rapidamente e em seguida minha barriga roncou.
A Ludmilla começou a rir e eu a acompanhei. Até mesmo depois de ter quase colocado os órgãos para fora devido ao vomito, eu não perdia a fome.
Ela pegou a bandeja que estava sobre o criado e me ofereceu. Comi tudo rapidamente quase sem nenhuma pausa. Não havia percebido o quão faminta estava.

The Morning After - Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora