Ajuda.

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Ana Clara point of View.

- Hey?

A moça se vira rapidamente para mim. Eu sinto medo pelo seu olhar.

- É... É, o-oi! Posso lhe ajudar?

Ela me olha e me fita. Se aproxima de mim e eu dou um passo para trás.

- Posso lhe ajudar?

- Dor.

Uma voz rouca se faz presente.

- Posso ver? Lhe ajudar?

- Cabeça doer.

Olho pra ela e me aproximo. Agora ela que se afasta.

- Não vou te machucar, prometo.

- Humanos machuca.

Tá, anotem aí: ela era esquisita e meio doida. Primeiro que não fala direito, segundo suas palavras são curtas, e por qual motivo ela não se referia como humana?

- Não, eu sou do bem. Vou olhar o seu machucado. Sua cabeça está sangrando.

Tento me aproximar novamente dela, agora com sucesso. Passo minha mão no seus cabelo, tava com algumas lascas de madeira igual o da minha prancha. Como a minha prancha com um tufo de cabelo, coincidentemente igual o dela.

- Está frio, posso te levar para sua casa? Seus pais vão te levar para o hospital, o corte está fundo.

- Casa é mar. Não tenho onde ficar.

Olho para a Bárbara. Ela entende o meu olhar e vem até em mim.

- Ela não é muito bem da cabeça não. E ela não tem casa. Eu acho que foi ela que bateu em minha prancha. E com a batida ficou com alguns parafusos soltos. Podemos levar ela na sua cabana Bárbara? Só pra fazer um curativo nela.

- E se ela for realmente uma psicopata?

- Menos Babi. Podemos ou não levar ela?

- Podemos sim! Desde que meus pais não pergunte quem é ela, pode sim.

Reviro os olhos e nego com a cabeça.

- Vamos para a minha casa melhor.

- Muito melhor.

Reviro os olhos.

- Hey?

A cacheada me olha confusa.

- Me siga, vou cuidar de tu, e esse machucado.

Ela fica parada me encarando.

- Viu, ela é psicopata.

- Bárbara!

Falo entre dentes.

- Cuidar?

- Sim, de você.

- Vitória quer ajuda.

Será que eu posso me juntar a Bárbara dizendo que ela é um pouco doida?

- Vitória?

- Eu sou Vitória.

Ela aponta para si.

- Ah sim, sou Ana Clara, e essa é a Bárbara e Pedro.

Ela olha para os meus dois amigos.

- Vem!

Pego a sua mão e puxo-a delicadamente fazendo ela me seguir.

- Esta aqui é minha casa.

Aponto para a cabana a nossa frente.

- Casa.

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