Radar (Malec)

A man with a Midas touch

Já era noite alta quando Alec seguiu para o estábulo para acomodar seu cavalo. O local estava vazio, a essa hora os empregados já estavam recolhidos e Jace e os irmãos Blackthorn com certeza estavam em algum bar se embebedando.

Jace tinha convidado o irmão para sair, mas o moreno não aceitou o convite, então ele decidiu explorar as terras de Imasu e acabou perdendo a noção do tempo. Church estava exausto e Alec se sentiu culpado por forçar demais seu cavalo em apenas um dia.

- Me desculpe, amigão. Eu prometo que amanhã você ficará apenas descansando, ok? Domingo será um grande dia. – Alec disse dando suaves batidinhas nas costas do animal.

Ele guiou o cavalo até a baia reservada para Church – que ficava bem distante dos cavalos de Morales e quase sem iluminação, claro que Imasu fez isso na intenção de Alec se sentir diminuído de alguma maneira - e o animal entrou no local tranquilamente seguindo para onde encontrava-se seu feno, comendo logo em seguida. Alec aproveitou e foi até uma pia e trocou a água de Church.

Depois de alimentado e saciado sua sede, o animal foi até seu dono que estava na cerca do lado de fora o observando.

Quando Alec estava em um local novo, Church sempre dormia em pé por não se sentir seguro, então o moreno passou a velar o sono de seu cavalo até ele se sentir seguro o suficiente para deitar e ter um descanso mais pleno.

Alec estava distraído tocando levemente o pelo macio do animal que já estava dormindo - mas permanecia em pé - quando levou um pequeno susto ao ouvir uma voz rouca e pesada.

- É um belo cavalo – Alec virou na direção da voz e usando apenas uma calça de moletom cinza e uma camiseta preta, ele viu o moreno asiático – que agora ele sabia que se chamava Magnus - encostado em uma parede.

O ar de Alec ficou rarefeito no mesmo instante, mas mesmo assim ele fez um esforço para que sua boca transmitisse algum som compreensível.

- Você está aí a muito tempo? – Alec perguntou olhando em volta esperando que mais alguém surgisse das sombras.

- Não, eu estava lá fora, eu vim por aquela porta e acho que você entrou pelo outro lado – ele apontou para o lado oeste que Alec e seus amigos não tinham acesso. Provavelmente onde ficavam os preciosos cavalos competidores de Polo de Imasu. Ele revirou os olhos internamente.

- Ah, sim. Você... você está precisando de alguma coisa? Está perdido? Afinal esse estábulo é imenso – Alec murmurou coçando a nuca.

Ao invés de responder Magnus apenas sorriu de lado e caminhou até se aproximar de onde Alec estava.

- Posso tocar nele? – ele perguntou apontando para o animal que ressonava suavemente.

- Cla... – Alec pigarreou, tentando parecer relaxado – Claro. Ele é manso.

- Ele está dormindo, não vou acordá-lo? – Magnus perguntou com a mão suspensa no meio do caminho.

Alec achou adorável a preocupação do moreno.

- Vá em frente, ele não acorda tão facilmente.

Magnus tocou a cabeça do cavalo castanho e sorriu.

– Qual é o nome dele?

- Church – Alec aproveitou que Magnus parecia distraído acariciando o pelo de Church e se pegou observando o rapaz - a pele naturalmente bronzeada, a boca pequena e rosada que com certeza era suculenta, os braços desnudos e definidos, os cabelos negros e arrepiados – que combinação tentadora - ele teve certeza que suspirou audível e torceu para que Magnus não tivesse ouvido.