Radar (Malec)

Bônus I - I got my eye on you...

2 anos e 6 meses depois

Dois pares de olhos inocentes e sorridentes o encaravam com curiosidade e vivacidade enquanto eram embalados.

O coração de Magnus transbordava amor e gratidão por ter aqueles pequenos seres humanos perfeitos em seus braços. Eles tinham apenas três meses e já tinham transformado sua vida e a de seu marido de ponta cabeça. Mas sem dúvida fora a mudança mais maravilhosa de toda sua curta existência.

Com apenas vinte e dois anos, Magnus tinha realizado mais sonhos do que poderia imaginar. E apesar de ter pais ricos, eles não tiveram tanto peso em suas realizações, o que no fundo, o deixou aliviado e com o sentimento de triunfo por ter amadurecido sozinho.

Em dois anos, ele se formou no curso que sempre quis e agora era um respeitado professor – o mais jovem da Universidade Allan Hancok College de Santa Maria - conhecera o amor da sua vida com quem estava casado há um ano e seis meses e agora ele tinha dois pacotinhos lindos e perfeitos abençoados por Deus em seus braços. Magnus era professor, marido e agora, ele era pai.

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Há dois anos, Alec Lightwood, filho mais velho de uma família humilde do interior da Califórnia, não se imaginava onde ele estava naquele momento. Ele sabia que quando terminasse seu amado curso de veterinária, estaria trabalhando arduamente para continuar ajudando sua mãe viúva e irmãos, ele só não imaginava que teria seu próprio consultório, no centro da cidade e que seria um dos mais requisitados do momento.

Alec sabia que a influência do pai do marido ajudara muito no início, Asmodeus Bane aceitara o relacionamento de seu filho com o veterinário mais rápido que Alec esperava, o que foi um alívio para ele, pois ele sabia o quanto Magnus sentia falta dos pais. A mãe do marido, Mary, foi mais relutante, ela demorou muito para aceitar Alec como parceiro de seu único e rico filho.

Ela não se importava que Alec fosse homem, só não aceitava que ele fosse pobre. Para a dona de inúmeros hospitais espalhados por toda Califórnia era imperdoável que seu herdeiro tivesse escolhido alguém tão insignificante como Alec.

Magnus sofrera muito com a rejeição da mãe quando ele fugiu de casa e escolhera viver com Alec. O moreno sabia que se não fosse o apoio do pai, Magnus teria desmoronado. Mary chegou ao ponto de acusar Alec de estar interessado na fortuna de sua família o que fora a gota d'água para Magnus e levou o rapaz a deixar de procurar sua mãe para tentar uma reconciliação.

Com a fortuna que o avô paterno de Magnus deixara para ele, ele não precisou mais do dinheiro dos pais para se manter. Ele pagou o tratamento de Max – que até hoje, mesmo casados, Alec deposita religiosamente parte de seu salário para quitar o empréstimo com o marido – pagou seu último ano de faculdade de literatura e uma parte ele colocou na conta de Maryse para ajudar nas despesas da casa. A última decisão de Magnus não agradou nem um pouco Alec, mas o dinheiro já era de Maryse, então era decisão dela devolver ou não e só coube a Alec se conformar.

Assim que Alec se formou, Magnus lhe deu uma clínica como presente de formatura. O gesto foi o motivo de muitas discussões entre o casal. Eles chegaram a se separar por causa do orgulho e teimosia do veterinário. Ele não quis aceitar o presente alegando que só confirmaria as acusações de Mary, de que ele era um pobre interesseiro. O jovem queria conseguir seu lugar ao sol pelos próprios méritos, ter um marido rico não mudaria nunca seu jeito de pensar.

Aquela fora a briga mais feia que eles tiveram. Magnus ficou na casa de Clary – que ela alugara junto com o primo Simon – por uma semana. Depois de esfriar a cabeça, Alec finalmente admitira que tinha exagerado e foi atrás do namorado. Eles tiveram uma longa conversa, onde fora decidido que eles seriam sócios na clínica veterinária. Magnus como dono do prédio e investidor, Alec como a mão de obra. E claro depois de tudo resolvido, eles não conseguiram chegar em casa para se entregarem ao fogo que os consumiam o tempo todo.