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AVISO: GATILHO PARA ABUSO SEXUAL
G A T I L H O: VIOLÊNCIA SEXUAL

CANADÁ, 23 de setembro de 2015
Narrado por Harper

You're all that matters to me, yeah, yeah. What's a king bed without a queen? There ain't no "I" in team — cantarolei quando sai do banheiro. Fiquei feliz por ele estar vazio, senão teria ficado envergonhada graças a minha cantoria.

Sorri ajeitando meu shorts azul claro que insistia em subir conforme eu andava, o que com certeza me renderia problemas com a professora de Inglês.

Desci as escadas de dois em dois degraus, por algum motivo eu estava mais animada que o normal. Neguei com a cabeça sabendo que aquilo tinha motivo, as musicas do álbum "Purpouse", que a cada dia que passava estavam mais próximas de serem ouvidas pela minha pessoa.

— Essa sua felicidade tem nome e sobrenome? — Amélia perguntou quando eu sentei na mesa do refeitório com ela e Maggie.

— Justin Bieber. Essa desgraçada, — apontou o garfo na minha direção — ficou me mandando mensagens à noite inteira sobre o novo álbum dele.

— E você estava respondendo. — dei de ombros encarando a bandeja das duas com um pouco de desânimo. Macarrão com queijo de novo?

— Não vai comer?

— Esse macarrão com queijo é nojento. Meu estômago merece mais! — bati na minha barriga fazendo um som engraçado e as duas riram.

— Falando em nojento...

— Vamos esperar o almoço acabar. — Maggie cortou Amélia e eu peguei meu celular para me entreter enquanto elas comiam aquele macarrão nojento.

— Agora o almoço já acabou. — disse curiosa e entregando um pedaço de bolo de limão para Maggie antes que ela babasse o vestido inteiro.

As duas se encararam como se estivessem pra anunciar que o mundo estava acabando ou que estávamos vivendo uma ditadura militar. Amélia abriu a bolsa preta e tirou uma pasta parda dali, a esticando na minha direção.

— O que é?

— Uma denúncia vale mais que mil palavras.

— Ok, eu não estou entendendo nada. Será que vocês podiam me explicar?

— Eu acho melhor ficarem só vocês duas, sabe como é...

— Não! — Maggie puxou seu braço quando ela estava se levantando — Agora vai feder pra todas.

— O que é que vai feder?

— A mãe da Amélia trabalha na polícia, ela é sargento.

— E eu contei pra minha mãe sobre o Shawn e toda essa investigação de vocês duas. Ela achou interessante e até bem valente da parte de vocês, um pouco idiota e arriscado também...

— E por causa do comentário dela, a mãe acabou dando uma pesquisada no nome do Shawn e da família dele.

— E para a nossa surpresa, existia um ficha criminal. E muitas dívidas, não sei nem como ainda não perderam a casa.

— Ok, eu entendi, mas ainda sim não entendi.

Amélia então apontou para a pasta parda. Encarei as duas com um leve receio de abrir aquilo, não seria envolvimento demais?

— Abre logo essa merda!

Abri a pasta e encarei a página que tinha mais coisas escritas que meu cérebro conseguia processar, ainda mais em uma disposição não usual. Pisquei tentando me concentrar e usei meu dedo indicador para me auxiliar a compreender o que de tão importante naquelas páginas.

Cicatrizes da Alma | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora