Em fim noiva

Capítulo 9

Vitória

No fim das contas, contar pra Mainha foi mais emocionante que assustador. Estávamos as quatro jantando na terça feira a noite quando ela começou a falar dos planos pro dia seguinte, tive que interromper seu monologo pra contar a novidade.

- Mãe... Mainha... – Ela porem me ignorava como se eu nem fosse a até então "noiva" em questão.

- O mãe. – Falei no momento exato que minhas irmãs também chamaram.

- Aff credo. Oque foi gente?

- Tenho uma coisa pra te contar. – Eu não era de ficar nervosa, mas minhas mãos realmente não sabiam oque fazer. – Eu rompi o noivado com o Deco hoje a tarde. – Soltei de uma vez. – Mas ó, não briga comigo não? Eu amo muito ele Mainha, mas não era do jeito certo sabe? Não era como você e o Painho. Eu quero mais mamãe, quero frio na barriga, quero brigar todos os dias e fazer as pazes com beijos e sorrisos, quero ver o mundo com alguém e perceber que ele é pequeno comparado ao meu amor. Quero me casar, juro que quero, mas quero mais que só a festa, o vestido ou as famílias tudo como se fossem uma só. Quero o brigar pelo chinelo no meio da sala, por um café mais amargo ou a toalha jogada no quarto, quero arrumar a cama só pra desarrumar cinco minutos depois com um ataque de cosquinha... – Minha voz foi morrendo.

- E não é esse André que te faz querer tudo isso Vitória? Minha mãe me olhava séria enquanto Sabra e AnaBe ficavam completamente em silencio.

- Não é não. Me desculpa mãe.

- Deixa disso minha filha. – Então segurou minha mão que brincava com o copo de suco. – Eu posso parecer durona e brigar de mais com vocês três, mas tudo que eu sempre quis foi sua felicidade meu bebe. Sua e das suas irmãs. – Ela olhou nos olhos de cada uma de nós. – Você sempre teve talento pra ser feliz Vivi, você é passarinho do mundo e merece voar cantando pelos quatro cantos, e quero muito que seja feliz com sua Ninha.

- Que?

- Ah Vitória, me faça o favor. – Ela riu me segurando agora com as duas mãos. – Não sou do tipo que comete o mesmo erro que a Mônica não, não levou elas a nada a não ser a dor por algum tempo e eu já sabia desse seu coração de arco íris muito antes da Ana Clara aparecer. Se ela é tudo isso ai que você quer então sou feliz por vocês.

Depois disso começou uma comoção tão grande entre nós quatro que fomos dormir tarde da noite comendo mousse de chocolate vegano feito por Aninha.

Na manhã seguinte acordamos quase na hora do almoço, eu queria sair correndo pra falar com Ana Clara, mas Dona Isabel jamais me deixaria sair sem comer, então preparamos o desjejum e comi com toda paz que conseguia.

Sabra estava insistindo pra que eu usasse o vestido branco que a Julia me deu da coleção de 2017 quando Beatriz chegou.

- Você prometeu que seguiria meu plano Vitória.

- Eu não sabia que o plano incluía me vestir como se fosse pro show né Tatinha.

- A Vi ainda não tá pronta? – Ana Beatriz entrou no quarto com um buque de girações na mão. – Aqui Sabra, comprei oque você pediu.

- Girações?

- São as prediletas da Naclara. – Aninha explicou.

- Eu sei. É pra eu levar?

- Sim senhora. – Sabra falou me entregando o vestido. – Agora veste isso logo. Deixo até tu ir descalça. – Ela piscou pra mim e saiu do quarto provavelmente indo buscar a maquiagem.

Agora aqui estou eu, descalça, maquiada, de cabelo armado, com um vestido lindo e um buque na mão de frente pro seu João na portaria do prédio da Naclara. - Pronto Dona Vitória. – Ele falou desligando o telefone pro qual cochichava. – É só a senhora subir que ela tá te esperando.