Era estranho e engraçado o fato de que quando Pete estava a meu lado, tudo parecia ser mais difícil e apavorante. Mais cedo, quando eu estava em casa me arrumando para aquele encontro, milhares de coisas foram planejadas. Imaginei dezenas de situações, conversas e até uma declaração direta, mas...
— Vi em uma reportagem que tem um evento de comida italiana no shopping central, Pete — falei para puxar assunto.
Pete e eu estávamos andando pela área comercial da cidade há muito tempo em silêncio. Em determinados momentos até houve troca de olhares, sorrisos e pigarros...
— Você quer comida italiana? — perguntou ele com um sorriso fofo e confuso. — Você não tinha dito que queria comer no Junk Food?
— Eu disse? — questionei coçando a nuca.
— Acho uma boa ideia irmos ao shopping central, pois tenho coisas importantes para te falar e será perfeito enquanto comemos um prato italiano — disse Pete.
Balancei a cabeça positivamente e controlei a vontade de sorrir apertando meus lábios, pois por algum motivo idiota, eu não me achava bonito quando sorria e não queria que Pete compartilhasse desta mesma opinião.
Aliás, desde o momento que assumi a mim mesmo a atração que sinto por Pete, comecei a me policiar e tentar não parecer uma pessoa esquisita na frente dele. A todo momento, eu tentava andar com a postura mais ereta possível, evitava sorrir demais para não parecer retardado e nem ficar sério demais para não parecer um psicopata. Quando eu me permitia olhar diretamente para ele, contava mentalmente um tempo máximo, pois eu não queria que ele se sentisse assediado ou constrangido.Eu não sabia que era tão complicado ter interesse por alguém. Ou era complicado, ou eu estava fazendo isso de uma forma muito errada.
Antes de irmos ao shopping central, Pete e eu visitamos algumas lojas de roupas e calçados do centro comercial. Ele queria comprar duas camisetas e uma calça jeans, pois achava que as roupas que usava estavam velhas e apertadas.
Eu não concordava.Toda a vez que Pete experimentava alguma roupa no provador das lojas, ele saía até a área de espera para ouvir minha opinião sobre ela.
— O que acha, Klay? — perguntou ele sobre uma camiseta cinza claro e uma calça skinning jeans preta.
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Contra o Decesso (Romance Gay)
RomanceApós anos desenvolvendo naturalmente a habilidade de ter sonhos lúcidos, Klay Nivans começa a ter sonhos premonitórios envolvendo acidentes fatais sempre com a mesma vítima: o jovem e atraente Pete Praves. Enquanto Klay impede a morte e conhece a vi...