O jantar no apartamento do Nuri foi divertido e delicioso. O primo do Pete confessou ter encomendado a maior parte da comida no restaurante que seu vizinho trabalha, mas garantiu que a sobremesa foi ele que fez com a ajuda de sua mãe.
A tia do Pete foi muito gentil e hospitaleira. Era notável o quanto ela estava debilitada por causa da doença, mas a todo momento ela sorria e demonstrava o quanto estava grata por nossa visita.Eu conseguia sentir as vibrações e sentimentos de todos daquela mesa.
Nuri estava feliz pela visita, mas triste e preocupado pelo estado de saúde de sua mãe. Dava para notar o quanto eles eram ligados e o quanto aquela doença terminal estava sendo difícil para ele.
A tia do Pete estava se esforçando para parecer saldável, mas seu cansaço físico e mental eram tão nítidos em suas vibrações que tive que me segurar para não sugerir que ela descansasse e nos deixasse cuidar daquele jantar. Ela estava tão feliz em rever o sobrinho e em me conhecer que estava disposta a ultrapassar seus limites para nos servir e nos deixar confortáveis em sua casa.
Pete, por outro lado, estava realizado. Eu não conseguia sentir nada de ruim nas vibrações dele. Ele estava com saudade de casa e de seus irmãos, mas emanava felicidade, gratidão e amor.E aquilo me preocupava.
— Você parece feliz, Pete — sussurrei quando o primo e a tia dele se afastaram por um momento.
— Faz muito tempo que não me reúno com eles — disse Pete radiante. — Sem falar que agora tenho você a meu lado, Klay.
Ao mesmo tempo que eu queria sorrir, eu sentia medo e um vazio gélido em meu peito. Um de meus maiores desejos era um dia poder olhar para o Pete e conseguir sorrir sem ter medo de perde-lo no dia seguinte. Admirar o sorriso dele sem o peso de saber que a qualquer momento a luz que ele tinha poderia apagar.
— Estão prontos para a sobremesa? — perguntou Nuri trazendo os pratos e colheres para a mesa. — Se estiver ruim, a receita é da minha mãe.
— Tenho certeza que está delicioso, primo — falou Pete. — Mas se tiver ruim, a gente disfarça.
Tudo que eu podia fazer era aproveitar...
Aproveitar aqueles momentos fingindo que estava tudo bem, pois era o que todos naquela mesa tentavam desesperadamente fazer.
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Contra o Decesso (Romance Gay)
RomanceApós anos desenvolvendo naturalmente a habilidade de ter sonhos lúcidos, Klay Nivans começa a ter sonhos premonitórios envolvendo acidentes fatais sempre com a mesma vítima: o jovem e atraente Pete Praves. Enquanto Klay impede a morte e conhece a vi...