Capítulo 15

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Tudo nunca esteve tão perfeito. A cada dia que passa é uma novidade, uma celebração, uma nova conquista. Não só pra mim, mas também pro Yuri e para o Vitor, que a propósito, são os melhores amigos do mundo. Sou tão grata por tê-los em minha vida.
Meus shows de stand-up estão fazendo cada vez mais sucesso. Eu também sou chamada para improvisar em outros eventos e permaneço trabalhando no restaurante. As pessoas estão dizendo que eu deveria abandonar a vida de garçonete, e eu concordo. Mas eu não consigo abandonar aquele lugar tão fácil, foi lá que consegui chegar aonde eu cheguei. Além disso, não quero deixar o Vitor trabalhando sozinho. Ele fala que iria se virar numa boa, mas sei que ele não vai com a cara de alguns funcionários, então faço companhia a ele. Por mais cansativo que seja, é legal trabalhar lá, é cada coisa que eu presencio.

Hoje eu acordei empolgada pois é dia de improvável. Será eu como jogadora e Edu como mestre de cerimônias. Conversamos e ensaiamos bastante ontem, até saímos pra comer algo. Edu não parava de falar de mim e do Andy, que a propósito, me faz amá-lo ele cada vez mais.
Minha empolgação pra hoje é tanta, que resolvi lavar a louça enquanto escuto música. Não é sempre que fico tão animada assim, então é sempre bom aproveitar esses momentos.

- Que animação toda é essa? - Yuri se escora no portal que dá entrada para a cozinha enquanto segura a vassoura.

- Hoje é dia de improvável, ué! - Eu seco a mão direita na roupa e pauso a música do meu celular e volto a ensaboar os talheres

- Ah.. acho que não vou hoje não.

Eu fecho a torneira e olho pro Yuri ainda com a bucha e os talheres nas mãos.

- Como assim? - eu arqueio uma sombrancelha.

- É.. eu não tô querendo ir hoje não. Acho que vou ficar em casa com o Vitor. - Ele encosta a vassoura na parede e cruza os braços.

- Que história é esse Yuri? Eu não tô te entendendo. - Deixo de lado as coisas que eu estava segurando e encosto as mãos na beirada da pia.

- Eu não tô afim de ir.. - Ele fica mexendo nas próprias unhas na intenção de não olhar nos meus olhos.

- Por qual motivo!? - Eu aumento o tom de voz.

- Hey! Relaxa! - Ele volta a olhar pra mim

- Como eu vou relaxar!? Você prefere ficar com o Vitor aqui em casa do que assistir os Barbixas no Tuca!? Alguma coisa aconteceu? Ou eu fiz alguma coisa pra você não querer ir?

- Não! Você não fez! Eu só.. tô com um pressentimento ruim.

- Continuo sem entender. - eu cruzo os braços.

- Olha, minha intuição não tá querendo que eu deixe você sair, mas como obviamente eu sabia que você não iria aceitar ficar em casa, eu preferi ficar.

Eu continuo olhando pro Yuri com cara de que não está acreditando que esse é o motivo dele não ir assistir ao improvável hoje. E eu realmente não tô acreditando.

- Sal, eu sei que você nunca iria aceitar isso mas... fica em casa hoje, por favor. - ele juntar suas duas mãos.

- Lógico que não Yuri, eu sei que sua intuição é bem forte e tal... mas eu não posso deixar de ir só por causa disso.

- Mas.. eu tô com medo Sal, desse vez a sensação tá mais forte que o normal. - Ele põe a mão no peito.

Eu não respondo e volto a lavar a louça.

- Tá.. então pelo menos não janta fora, fica comigo e com o Vitor. - Yuri dizia isso enquanto se aproximava. - Eu sei que você saí pra jantar com eles depois do improvável, mas.. pelo menos hoje. - ele encosta as mãos nos meus ombros.

Bem vinda ao espetáculo.Onde histórias criam vida. Descubra agora