Torre do terror

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Callie

Minhas pernas cederam e eu caí de joelhos para frente; se Arizona não tivesse se abaixado um pouco para me segurar, eu teria mergulhado de cabeça no estômago dela.

Então, nós acabamos numa posição meio cômica, completamente reviradas, com as mãos dela grudadas na minha cintura, meu cabelo varrendo o chão e Arizona inclinada para frente da forma que a ponta do meu nariz tocava o dela. Minhas mãos pendiam nas laterais do meu corpo, mas eu queria enterrá-las naquele cabelo macio dela. Ou agarrar aquela bunda...

Eu sabia que ela estava tão desconfortável com aquele ângulo quanto eu, mas pareceu que ficamos paradas naquele jeito por horas, uma verdadeira eternidade, enquanto nossas respirações se misturavam e nossos olhos se encontravam naquela semi-escuridão azul.

Quando parecia que Arizona ia falar alguma coisa, houve outro solavanco no elevador que me fez agarrar nos ombros dela, — o elevador permaneceu no mesmo lugar, sem se mover depois disso — enquanto Arizona nos trouxe pra cima, de pé, rapidamente ajeitando nossas posições, impedindo que caíssemos mais uma vez.

Minhas mãos ainda estavam nos ombros dela. E, não, aquelas coisas duras não eram bobeiras. Porque embora ela parecesse esguia perto de Alex, Arizona claramente não era esguia. Ela mantinha o braço me enlaçando completamente, ao redor das minhas costas, com a mão parada na lateral da cintura, enquanto a outra mão estava enrolada no meu cabelo. O cheiro dela; de sabonete caro, camisa de algodão, e um aroma feminino distintamente próprio de Arizona, fazia cócegas no meu nariz, no ponto onde meu rosto se escondia em sua camisa.

— Você acha que ficamos sem energia elétrica? — minha voz saiu abafada contra as roupas dela e eu tive que limpar a garganta no meio da frase para poder terminar de falar. Em minha defesa, eu estava tendo flashbacks da minha festa de aniversário de sete anos, quando fiquei presa na cabine do banheiro e minha mãe levou duas horas para me achar. Eu também estava veementemente ciente de que Arizona Robbins me tinha embrulhada em seus braços no que era essencialmente um abraço.

Um abraço que durou segundos, porque o braço que ela mantinha em volta das minhas costas se soltou, e sua outra mão desceu da minha nuca, passando pelo meu ombro, até que finalmente encontrou meu braço, segurando firmemente acima do cotovelo. Eu sabia que ela apenas mantinha a mão ali para o caso de eu cair novamente, mas ela precisava movê-la de modo tão íntimo?

Em resposta a minha pergunta — a que eu fiz em voz alta — ela usou a outra mão para abrir o painel de controle do elevador e pegar o telefone de emergência.

O franzido no cenho que ela fez quando colocou o fone no ouvido fez meu coração bater mais rápido de nervosismo, sendo que ele já batia de forma descontrolada antes disso, em excitação. Ela tocou o botão de rediscagem algumas vezes.

— Então? — deixei escapar, mesmo sabendo que minha voz ainda tinha um tom daquela raiva pelo modo como ela havia me tratado antes.

— Está mudo. — ela afirmou, desligando o telefone. A mão de Arizona deslizou pelo bolso do terninho, sem dúvidas em busca do celular, até que ela pôde verificar que o aparelho não tinha sinal lá dentro.

Embora, eu tivesse, é claro, sonhado em ficar presa com Arizona Perfeição Robbins, o pânico começou a aflorar em mim, por estar confinada numa caixa de aço de quatro por quatro metros, segurada por alguns fios e cabos, suspensos a quarenta e nove andares do chão. Sem falar daquela luz azul pra lá de sinistra que parecia criar mais sombras do que propagar iluminação daquele recinto limitado.

— Então, a gente fica esperando? — esse som esganiçado foi mesmo a minha voz? Eu não conseguia identificar de verdade com todo aquele sangue pulsando alto no meu ouvido.

Minha Querida Chefe RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora