Vitoriosa na Victory

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Callie

A casa noturna Victory era exatamente o que se podia esperar do Upper East Side. Era pós-moderna, escura, taciturna e fumegante, e tudo o que tínhamos visto dela até agora era o banheiro feminino.

April e Amélia estavam mais do que felizes por estarem num dos clubes mais exclusivos de NY, cortesia de dois dos mais cobiçados solteiros do pedaço, e tínhamos concordado em encontrar os rapazes na mesa exclusiva deles na área VIP.

Ou, ao menos, teríamos feito isso, se não fosse pelo fato de que eu havia arrastado as duas comigo para o banheiro assim que atravessamos a porta.

— Eu achei que tinha um filhinho de papai, metido a bilionário, louco pra arrancar as minhas calcinhas, Callie! — April falou irritada, encarando meu reflexo no espelho. Nós três estávamos alinhadas na frente daqueles espelhos ostentosos, e pela forma como April coordenou nossos vestidos, cabelo e maquiagem, era um mistério pra eu saber como eles pudessem precisar de algum retoque a mais.

— Por Deus, April, — eu exclamei, momentaneamente desviada do meu foco original, — Dê uma chance antes de chutar o traseiro dele com suas botas marxistas, ok? Ele é um dos caras mais fofos que eu conheço.

Ela deu uma bufada nada educada para alguém vestindo rosa pink.

— É, até parece, como se ele não achasse que eu vou ficar lambendo o chão que ele pisa por causa da carteira dele. Callie, só porque você não acredita, não quer dizer que não seja verdade. Dinheiro comanda a vida dessa gente.

Amélia bufou do meu outro lado, e mostrou a língua para April. April estava estudando as consequências prejudiciais de viver numa sociedade consumista capitalista no Oeste dos EUA, enquanto trabalhava meio período num jornal impresso de esquerda. Amy estava estudando pra se tornar estilista de moda enquanto se dividia com um emprego de compradora particular para a Channel. Não era preciso dizer que eu normalmente me sentia a própria Suíça entre as duas.

— De qualquer forma, — eu falei alto, antes que Amy perdesse a língua de tão esticada — eu vim aqui para podermos dar um abraço grupal, dar força uma para outra.

Agora as duas me olhavam através do espelho, ansiosas. Eu raramente pedia por um momento assim, simplesmente porque minha vida amorosa era lamentavelmente vazia. Exceto quando eu caio no sono e imagino minha chefe entrando em mim como um animal na cama dela... foco, Callie!

— Vocês lembram que talvez eu tenha mencionado uma vez ou duas meu interesse incrivelmente pequeno, minúsculo, quase insignificante e praticamente platônico na Srta. Robbins? — eu indaguei, como se fosse uma pergunta qualquer, sem real importância.

April simplesmente revirou os olhos, mas Amy gorjeou com os olhos brilhando.

— Callie, você definitivamente mencionou, sim, uma vez ou duas... nos últimos 10 minutos. Desde que você começou a trabalhar lá, deve ter mencionado tantas vezes como Arizona Robbins é um sonho que se eu ouvir mais uma vez, vou perseguir essa mulher com uma pistola automática e uma pá. — não tive como controlar as gargalhadas à ideia daquela mini-fadinha tentando apagar alguém.

— Sem mencionar os sonhos de orgasmos mega estridentes que nós temos que ouvir todas as noites. — e em seguida April começou uma dramatização, usando todo o fôlego de seus pulmões — Oh, Deus, assim! Arizona, você é tããão boa! Me pega mais forte... — eu a calei com uma mão sobre a sua boca enquanto um grupo de garotas secando as mãos no canto do lavatório riam.

— Então, claramente, vocês compreendem onde quero chegar. — eu falei apressadamente, e as próximas palavras saíram tão rápido dos meus lábios que se essas garotas não fossem como minhas irmãs, jamais teriam entendido. — Eu-quero-seduzir-Arizona-e-preciso-de-ajuda.

Minha Querida Chefe RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora