Controle

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Callie

Eu não iria mais perder essa batalha de egos.

Porque era exatamente isso que era, também. Um desafio. Uma lição de controle.

Quando Alex e Timothy apareceram para jantar lá em casa, eu expliquei o que havia acontecido entre Arizona e eu para os quatro; April e Amélia também ouviram tudo. Eles romantizaram a coisa toda, dizendo que era tudo tão doce e que estavam felizes que o meu plano havia funcionado.

Se qualquer um deles tivesse compreendido a tensão que foi se escalando entre eu e Arizona, eles não estariam chamando tudo isso de "doce".

Era uma diária e dupla batalha de ímpetos, um cabo de guerra, a tensão de dois polos magnéticos opostos, um intenso e borbulhante inferno confinado num espaço limitado.

Arizona havia me beijado pela primeira vez na segunda-feira da semana passada, e agora, na quarta-feira da semana seguinte, nós já havíamos nos beijamos um total de quinze vezes. Não me levem a mal, eu provavelmente teria contado de qualquer forma, mas a razão pela qual eu tinha um número tão precioso dos nossos amassos era porque cada um de nossos beijos havia acontecido no elevador — um beijo na chegada ao trabalho, enquanto o elevador subia, e outro na descida, antes de seguirmos para o carro dela no final do expediente.

O pretexto que usamos para nos beijar já havia sido esquecido. Durante os primeiros dias, Arizona me provocou um pouco, dizendo que ela estava se certificando que eu não ficasse assustada, e eu respondia às indiretas e malícias tanto quanto me era possível. Então, todos os dias, antes de irmos embora, ficávamos esperando feito duas bobas, para que Arizona me arrebatasse em seus braços no segundo em que aquelas portas se fechassem.

Não demorou muito para que toda essa impetuosidade virasse uma impaciência abrasadora. Eu percebi que Arizona começou a dirigir mais rápido para o trabalho, começou a abrir a porta do carro com mais agilidade, me segurando pelo antebraço e praticamente me arrastando até o elevador. No final do dia, ela esperava ao lado da minha mesa, quase curvando seu corpo em antecipação, enquanto eu corria para guardar minhas coisas na bolsa sob seus olhos atentos.

Ela me empurrava e puxava no segundo em que as portas se fechavam, me grudando no corpo dela enquanto simultaneamente me empurrava até a parede de nosso confinamento. A boca dela não saía da minha durante todo o trajeto, subindo ou descendo.

Arizona parou de me provocar sobre o meu pânico do elevador mais ou menos no mesmo dia em que descobriu que se ela segurasse o botão de fechar as portas, nós teríamos alguns minutos a mais para permanecermos enroladas uma na outra. Claramente, isso não tinha nada a ver com uma tentativa de me distrair de algum tipo de fobia, quando ela propositadamente prolongava nossos momentos juntas.

Agora, quando Arizona estava prestes a iniciar nosso beijo, número quinze na descida do escritório na noite de quarta-feira, eu sabia que teria que dar o primeiro passo. Todas as outras vezes havia sido Arizona quem me beijou primeiro, e consequentemente era ela quem direcionava nossos amassos. Eu ainda tinha um arraigado medo de rejeição que me impedia de tomar o comando.

Mas, agora, eu sabia que tinha que mostrar a ela que podia fazer isso. Não porque eu não gostasse absurdos de sentir o corpo dela contra o meu, aplicando todas as suas habilidades perversas e pecaminosas comigo. Eu adorava. Mas, eu só precisava deixar ela ciente de que eu podia fazê-la comer na minha mão do jeito que ela fazia comigo todos os dias, se essa fosse minha vontade. E realmente era, realmente era.

Então, quando Arizona me pressionou contra a parede naquela quarta à noite, minha bolsa já descartada no chão sem qualquer cuidado, eu desviei meu rosto de seus lábios ansiosos. Eu fiquei momentaneamente detida de meus planos de comandar aquele pedaço-de-mau-caminho quando percebi a dor da rejeição e a expressão confusa que tomaram o rosto dela pela minha atitude. Claro que não podia ser minha simples esquivada a causadora daquilo. Eu provavelmente já estava imaginando coisas com a intensidade das minhas emoções correndo à toda.

Minha Querida Chefe RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora