Bela adormecida

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Callie

Alex, Timothy e eu passamos a manhã toda confabulando através da internet da empresa sobre como as coisas tinham ido na sexta-feira com a April e Amélia, e de que forma iríamos agir durante o almoço.

Depois da re-encenação do pornô de manhã cedo, eu tinha certo receio da eficácia desse plano. Eu sentia que toda essa coisa de viver em carne e osso referências de filmes adultos era óbvio demais, e por outro lado, o plano para o almoço me fazia insegura por parecer exageradamente sutil.

Eu mandei uma mensagem para meus comparsas Robbins, e Alex respondeu charmosamente:

"Acalme-se, amendoim. A maioria dos caras ficaria satisfeito só com um pouco de incentivo visual para atiçar suas imaginações. Mas com a Arizona, que é mulher, do tipo introspectiva e acho-que-sou-uma-artista-torturada-apesar-dos-meus-cartões-de-crédito-ilimitados-desde-que-nasci, você vai ter que apelar para a mente dela tanto quanto para a... pequena Arizinha... para fazer a princesinha pegar no tranco."

Nós sincronizamos nossos horários de almoço perfeitamente, para que coincidisse com o intervalo entre reuniões e telefonemas de Arizona. Eu teria perguntado a Tim e Alex se eles tinham outras coisas para serem organizadas, mas eu estava quase certa de que aqueles dois passavam o dia de pernas pra cima, zanzando de um lado pra o outro, sem fazer algo realmente útil.

Já tinha me aprontado quando os rapazes apareceram para me pegar para o almoço. Embora não fosse necessariamente "o" plano, decidimos que eu flertar descaradamente com cada pessoa que não fosse Arizona era uma boa ideia. Tim explicou que isso iria atrair a mulher-das-cavernas interna de Arizona, e que segundo ele, estava enterrada muito profundamente sob camadas e mais camadas de saias e terninhos femininos Gucci. A ideia de Arizona dando uma de mulher das cavernas para cima de mim, me jogando sobre seus ombros e me arrastando para qualquer canto para me marcar como seu território era presente na essência de todas as minhas fantasias. Desta forma, quando Tim praticamente se grudou na lateral do meu corpo, me levando com ele para entrar no escritório de Arizona, eu não apresentei resistência.

Arizona estava curvada sobre sua mesa, com as mangas do terninho que ela usava arregaçadas até o cotovelo, meticulosamente analisando um relatório com uma caneta atrás da orelha. A caneta atrás da orelha era algo que ela sempre fazia quando tinha que formular observações ou apresentar correções em algum documento, e era algo que eu — claro — achava adorável. Honestamente, essa mulher podia ser nerd, fã do Jonas Brothers, que eu ainda a acharia simplesmente perfeita.

Quando entramos na sala dela, Arizona ajeitou-se na cadeira para ver quem era, e seus olhos imediatamente fixaram-se na mão que Tim deixou no canto do meu quadril. Seu olhar ficou ali por alguns segundos e depois ela fitou diretamente meus olhos. Aquele olhar tão fixo no meu me fez corar, e eu tive que sugar meu lábio inferior e mordê-lo, para me impedir de escapar da mão de Tim. Era como se eu me sentisse culpada por aquele braço estar ali só de ver a expressão nos olhos de Arizona — o que era loucura.

— O que posso fazer por você, Timothy?

Tim revirou os olhos para a formalidade de Arizona, que eu sabia que era apenas pela minha presença ali. Tanto Alex quanto Tim comentaram que Arizona não era tão quadrada fora das paredes do escritório.

— Só pensei em te avisar que vou roubar a Callie aqui. — ele pausou naquele ponto deliberadamente, antes de adicionar, — Para o almoço, claro.

— Claro. — a resposta dela foi curta. Mas, Arizona, que era claramente uma daquelas pessoas que conseguia manter uma conversa inteira através apenas de expressões faciais e olhares, parecia emitir alguma mensagem para Timothy silenciosamente enquanto eu assistia. Arizona parecia frustada com alguma coisa.

Minha Querida Chefe RobbinsOnde histórias criam vida. Descubra agora