Pomegranate Seeds | JooKyun

Capítulo 09 - Os diários de Jooheon

- Você fez bem em não contar aos outros sobre mim.

Jooheon estava deitado ao lado de Changkyun no quarto do mais novo, de mãos dadas com ele, ambos fitando o teto enquanto refletiam sobre tudo o que estava acontecendo. A noite anterior havia sido extremamente cansativa e todos os garotos praticamente madrugaram por conta da apreensão e do medo que sentiam. Não houve nenhum sinal de Hosung e também não havia notícias por parte de Hyungwon, o que afetou principalmente Hoseok, a quem Hyunwoo não conseguia de forma alguma controlar.

Changkyun assistiu a tudo com a cabeça quase estourando de dor e, quando enfim voltou ao quarto para tentar dormir, encontrou Jooheon à sua espera. Eles estavam trancados lá dentro desde então.

- Hyunwoo nunca toca no assunto, então achei melhor não passar por cima dele - Changkyun disse, explicando o motivo de ainda esconder seus encontros com Jooheon dos outros. - Talvez ele tenha um bom motivo para não ter mencionado o seu esconderijo mesmo depois de nos contar, inclusive, sobre o veneno.

- Ele tem medo de que Hoseok piore - Jooheon disse. - Hyunwoo e eu prometemos manter o plano em segredo. É mais seguro que todos pensem que estou bem longe daqui.

Changkyun não conseguia compreender muito bem, mas estava ciente de que não deveria abrir a boca correndo o risco de causar qualquer dano a Jooheon. Ele estava seguro escondendo-se daquela maneira e, o melhor, podia se encontrar com o velho amigo com facilidade. Se Hyunwoo não pretendia revelar seu paradeiro, então era melhor contribuir com o silêncio sobre o caso.

Changkyun respirou fundo e levou a mão livre à cabeça porque a dor que lhe tomou na noite anterior ainda continuava a perturbá-lo. Não era muito intensa, mas irritava. Jooheon se moveu, preocupado com as caretas que o mais novo fazia, e virou o corpo para fitá-lo, soltando a mão dele para tocá-lo no rosto. De certa forma esse contato ajudava, pois era uma distração sutil que fazia surgir os sorrisos nos lábios de ambos; Changkyun tinha medo de que as falhas em sua mente voltassem a acontecer justamente agora que havia recuperado as lembranças que mais lutou para obter. Justamente quando podia estar com Jooheon e criar memórias novas que ele queria manter para sempre: o toque das mãos macias do garoto, dos seus lábios cheinhos e quentes, o abraço reconfortante e acolhedor, a voz serena e carinhosa. Se o acidente não tivesse acontecido eles teriam seguido naturalmente esse caminho, assim como Minhyuk e Hyunwoo, Hoseok e Hyungwon. Changkyun fechou os olhos quando sentiu Jooheon muito perto, os narizes se tocando e a vontade de perder-se novamente nas sensações que ele lhe trazia crescendo. Eles se beijaram por alguns segundos e se afastaram, dividindo um olhar cúmplice e cheio de curiosidade.

Era uma pena estarem vivendo circunstâncias tão complicadas que os impediam de experimentar carícias mais intensas.

- É cedo, mas eu preciso voltar para o quarto de Hyunwoo - Jooheon disse, uma vez que todos estavam na casa e ele não queria ser pego. - Me dá cobertura?

-x-

Os oficiais Choi e Jung retornaram um pouco antes do horário do almoço e repetiram algumas das perguntas já feitas anteriormente. O propósito deles era um pouco maior agora, afinal, além de todo o mistério sondando a família Shin, a população do distrito já começava a espalhar boatos e incitar uma reação nem um pouco agradável por parte da vizinhança. Eles estavam marcados por três desaparecimentos num período muito curto de tempo: primeiro Jooheon, depois Hosung e Hyungwon. A polícia estava sendo cobrada, embora não tivesse qualquer tipo de pista ou suspeita sobre o que poderia ter acontecido.

- Recebemos várias ligações anônimas relatando que Jooheon foi visto - Choi contou, sentado de maneira nada confortável num dos sofás. Fazer o papel de investigador não era tanto a sua praia, mas a província era pequena demais para que alguém de fora fosse contratado. - São todas falsas no final. É um tipo de histeria coletiva implantada pela ideia de que o rapaz possa estar perambulando por aí em busca de vingança.