Chegamos ao capítulo final e eu estaria mentindo se dissesse que não estou com vontade de chorar. Essa fic me trouxe várias sensações enquanto escrevia e postava e a melhor delas foi ter vocês comigo, surtando e tudo o mais. Antes de mais nada: MUITO OBRIGADAAAA por ter feito essa autora feliz! ♥Nos vemos nas notas finais! Boa leitura!
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- Como ele está? - Hoseok olhou para Changkyun que dormia de forma tranquila na cama, coberto até o peito com o edredom e com o rosto virado levemente para o lado.
- Dormiu há uns quinze minutos - Hyungwon respondeu, sentado na poltrona que ficava ao lado do móvel. Hoseok foi até ele e se agachou na sua frente, pegando nas duas mãos do garoto que estava se recuperando bem das semanas traumáticas que viveram. - Não precisa me tratar como se eu fosse de porcelana...
Hoseok riu e se levantou, curvando-se para beijar Hyungwon na boca e, em seguida, sentou-se na lateral da cama de Changkyun, voltando a observar o sono do mais novo.
Não parecia fazer tanto tempo, mas um mês havia se passado desde aquele terrível dia. Tomados pelo choque e por todos os procedimentos seguintes envolvendo o hospital, a delegacia e o cemitério, os garotos não se viram livres por um minuto sequer do escândalo que marcou a pequena cidade, mas que fechou um ciclo que, por muito tempo, pareceu ser eterno. A tragédia alcançou o país inteiro, o que atraiu jornalistas e curiosos de todas as partes, dificultando o trabalho das autoridades locais e a recuperação das vítimas. Ainda assim, tudo foi feito com bastante cautela e a transformação na pequena sociedade foi clara: todos os que antes julgaram a família acabaram prestando suas sinceras condolências e, de forma surpreendente, ajudaram os seis meninos a sobreviver diante das novas dificuldades.
Um exemplo disso foi a rápida recuperação da casa que tivera dois cômodos consumidos pelo fogo. As chamas foram rapidamente contidas e os reparos foram feitos enquanto os garotos eram tratados no hospital. A maioria do apoio partiu das pessoas para quem eles trabalhavam: os donos do restaurante que Hoseok auxiliava, o dono da loja de penhores onde Kihyun era aprendiz, a associação da escola onde Minhyuk e Hyungwon lecionavam; além da ajuda que vinha de outras partes do país, de pessoas que haviam se comovido com a história, de instituições que visavam proteger as vítimas de abuso, de doações solidárias iniciadas por pessoas comuns.
Eles puderam voltar três semanas depois, repletos de cicatrizes e ferimentos em processo de cura, mas enfim sentindo-se seguros. O que mais importava era o fato de estarem juntos, finalmente, como a família que eram.
Hyungwon foi quem ficou por mais tempo internado, tendo sofrido pela quase nula alimentação e desidratação, com escoriações por ter sido arrastado de um lado para o outro na troca de cativeiros e um trauma grande por carregar todas as confissões de Hosung consigo. Tudo o que ele sabia foi despejado em seus vários depoimentos, sempre acompanhado pelo oficial Choi que, apesar de ter pedido afastamento, recusava-se a deixá-los sozinhos nas garras frias dos demais policiais. Investigadores de outras províncias tinham sido chamados para auxiliar na junção das peças do caso e Choi não conseguia confiar inteiramente neles, temendo que declarações fossem alteradas ou camufladas. Não demorou até que os garotos descobrissem que o policial havia passado por algo parecido na infância e, numa conversa franca, Choi lhes contou sobre ter sido vítima de um pai violento, também sofrendo abusos até o dia em que as pessoas perceberem que ele não estava mentindo sobre seu sofrimento. Essa demora, a desconfiança nas palavras da vítima, o questionamento árduo e repetitivo eram as fases pelas quais Choi não queria que os garotos passassem, porque ele sabia perfeitamente como era difícil. Sua ajuda foi essencial para que o processo caminhasse mais depressa do que o normal e a resolução saísse a tempo de gravar na memória de cada um que estivesse acompanhando o caso quem eram as verdadeiras vítimas e o terrível monstro.
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Pomegranate Seeds | JooKyun
Fiksi PenggemarDurante onze anos Changkyun sofreu com surtos de amnésia por causa de um acidente ocorrido na infância. Quando os lapsos de memória cessaram, ele teve de se adaptar à vida como se tivesse saído de um coma: além de viver com uma família nada convenci...