AVISO: o capítulo contém cenas de violência e abuso.
Esse capítulo é tipo um flashback pra gente entender o que aconteceu no dia do acidente. Também explica o título da fic e nos permite conhecer um pouco mais sobre o Jooheon.
Espero que vocês gostem e qualquer dúvida, fiquem à vontade para perguntar.---------------------------------------------------------
Ninguém sabia o que acontecia por trás daquela porta e o que Changkyun e Jooheon viram naquele dia explicava o porquê. Também explicava o motivo pelo qual Hoseok nunca os convidava para brincar e os impedia até mesmo de ir até seu quarto com a desculpa de que os garotos eram bagunceiros demais. Com idades entre nove e doze anos, aquele tipo de cena não era totalmente compreendida por nenhum dos três, mas eles sabiam que era algo ruim.
O pai de Hoseok, pela primeira vez, tinha se esquecido de trancar a porta. Sendo o homem respeitado que era, porém, sabia que jamais alguém entraria em seus aposentos sem antes pedir permissão. Mas aquelas duas crianças, curiosas por elas mesmas e ansiosas para chamar Hoseok para ir ao lago logo ali perto para brincar com os aviões de papel, não pareciam se importar tanto assim com as boas maneiras, o que foi um grande erro.
Eles viram quando Hoseok foi puxado para perto de seu pai, que tinha os dedos apertados nos cabelos macios do garoto, e ouviram os pedidos de "pare, por favor" naquela voz infantil. Foi por isso que Changkyun começou a chorar e seu burburinho despertou a atenção do mais velho no quarto do terceiro andar. Ele empurrou a cabeça de Hoseok, levantando-se e fechando o zíper das calças, o rosto ficando vermelho por conta da terrível surpresa.
Hoseok recuperou-se depressa, levantou-se também e desviou da cama, alcançando os intrusos primeiro. O desespero dele o fez empurrar os amigos corredor afora, quase implorando para que corressem o mais rápido que podiam, mas Changkyun e Jooheon apenas se deram conta de que isso era mesmo necessário quando o senhor Shin se aproximou enfurecido, e a ilusão de que um simples pedido de desculpas resolveria a situação se esvaiu.
As três crianças correram para os andares inferiores, depois para o quintal, pelo chão repleto de folhas e galhos, enquanto Hosung gritava para que eles parassem. Os mais velhos eram mais rápidos, por isso Changkyun acabou sendo a vítima mais fácil de se perseguir. Eles desceram por uma escadaria de pedra encontrando o solo úmido e o grande lago mais à frente. Quando o menino tropeçou e Hosung sorriu pela vantagem, Jooheon deu meia volta e pegou uma pedra média do chão, tentando acertar o homem, sem sucesso. A pedra foi arrancada de sua mão pequena e, em seguida, como se apenas a raiva o movesse, o homem se virou para acertar Changkyun em cheio na cabeça.
Ele caiu para dentro da água enquanto os olhos arregalados de Jooheon demonstravam o medo que o impedia de se mover. Changkyun se afogaria por estar inconsciente, mas Hoseok pulou para alcançá-lo e, quando Jooheon quis fazer o mesmo, Hosung o puxou pela jaqueta. Jooheon não soube como, mas, durante o conflito, recuperou a pedra e tentou golpear o adulto na lateral da cabeça, fazendo-o cair no chão. Havia um pouco de sangue e, de repente, Jooheon quis se vingar pelo que havia visto até então, quis acertar aquele homem uma vez, só uma vez. Chegou a erguer o braço, empunhando a pedra com a mão agora trêmula.
Mas alguém o agarrou pela cintura e o impediu.
- Meu filho, o meu filho! - Hosung gritou repentinamente, apontando para a água com uma das mãos, enquanto segurava a cabeça com a outra, demonstrando desespero. - Ajudem-no, por favor!
De repente, mais homens apareceram, alguns saltaram no lago enquanto outros socorreram o senhor Shin, que continuava a gritar formando sua imagem de vítima.
Para Jooheon, restaram apenas aqueles dois braços que não o largaram, e a voz que lhe dizia:
- Meu Deus, garoto, o que foi que você fez...
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Pomegranate Seeds | JooKyun
FanficDurante onze anos Changkyun sofreu com surtos de amnésia por causa de um acidente ocorrido na infância. Quando os lapsos de memória cessaram, ele teve de se adaptar à vida como se tivesse saído de um coma: além de viver com uma família nada convenci...