"Os crentes do efêmero dizem que tudo muda, que nada é para sempre. Mas se a mudança é algo constante então o efêmero é uma contradição por si só? "
Esse é um dos milhões dos questionamentos de Harry. Um garoto que provou desde cedo a instabilidade...
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Harry
O cacheado precisava urgentemente de Niall, ele não conseguia mexer em nada em seu celular novo. O sistema tinha um template totalmente diferente do que estava habituado, além do que, o fato de não possuir uma tecla que permite voltar na tela principal estava deixando o garoto realmente agoniado. Para não mentir dizendo que não conseguiu fazer nada, ele ligou na sua operadora e recuperou seu antigo número. Eles até disseram que iriam restabelecer os contatos da agenda telefônica de Harry, mas infelizmente ele não conseguiu achá-la em meio a tantos aplicativos para poder conferir o feito.
Suspira novamente, desistindo de tentar entender o aparelho e o coloca de volta ao balcão.
Effervescent está cheio, mas diferentemente do sábado, está tranquilo, sem todo aquele tumulto e animação que o início do fim de semana desperta nos clientes. Muitas pessoas perguntaram a Harry sobre o ocorrido de sexta, mas ele mentiu em todas as vezes dizendo que não sabe muito bem o que houve, é melhor do que contar a história. O cacheado também ficou sabendo por um senhor, um cliente assíduo do pub, que foi postado sobre o incidente nas redes sociais e explicado que o mesmo iria ser fechado no sábado.
E isso explicava a quantidade de vezes que ele teve que responder a perguntas sobre o paradeiro de Louis, muita gente parecia querer saber como ele está, e mais uma vez, Harry se limita ao falar sobre. Ele sabe que Louis está em sua sala porque ouviu de Zayn que o chefe havia chegado cedo e isso parecia estar deixando o moreno com raiva. Coisa que o mais novo julgou não ser capaz de acontecer naquele dia, pois Zayn chegou tão feliz que chegava a ser contagioso. Parecia que aquela era a inauguração do bar e não um dia após um roubo que deixou o melhor amigo dele machucado. O cacheado suspeita que ele tivesse feito as pazes com Louis. Ou com Liam. Ou com os dois.
Harry serve mais uma rodada de tequila para um grupo de amigas que estão comemorando o aniversário de alguma delas. Ele não sabe dizer qual das belas garotas está ficando mais velha, todas parecem animadas demais.
Falta pouco para meia-noite quando Zayn aparece sorridente, embora com um ar cansado.
— Minha cara está tão ruim assim? – É direto em perguntar, mostrando o rosto para Harry.
— Você parece cansado, por quê?
— O Louis me mandou para casa. Disse que se eu passar mais um minuto aqui ele vai me demitir só para eu poder ir descansar. – O moreno inclina o corpo para tentar se ver nas prateleiras espelhadas. — Você se incomoda em fechar o caixa? O Louis pode te levar para casa, é bom que ele tem um motivo para não ficar aqui até tão tarde.
Harry tem que disfarçar o sorriso. Malik havia ido embora na sexta-feira e não parecia nem um pouco preocupado com quem iria fechar o quê.
— Tudo bem, Zee. Pode ir, mas diz para o Louis não se incomodar com a essa parte da carona. – O cacheado diz, sentindo vontade de revirar os olhos. — Vocês dois tem que parar com isso, deveriam andar um dia de metrô comigo e ver que não tem tanto perigo assim.
