et ventus tollet et septentrionalis
Harry
Ele consegue ter um vislumbre das próprias bochechas vermelhas pelo vento cortante através da vidraça do prédio antes de adentrá-lo. A portaria do lugar assemelha-se a de um hotel, o piso bem ilustrado brilhando com as luzes do teto. Harry tem uma vaga lembrança do local quando passou as pressas por ali em meio a sua crise alérgica, mas ainda assim se sente um tanto perdido conforme caminha até a recepção onde há um jovem rapaz, olhos castanhos o encarando em uma expressão gentil.
O cacheado se aproxima timidamente ao que arruma a alça da mochila em suas costas, pressionando os lábios juntos antes de cumprimentá-lo. O garoto tem um sorriso bonito e o crachá em seu peito o identifica como Christopher, o que automaticamente coloca um sorriso com direito a covinhas no rosto do de cachos ao lembrar do Samoieda de Niall.
— Boa Tarde! No que posso ajudar? – Devolve a saudação, as mãos ainda sobre o teclado do computador.
— Hm... Poderia dizer o andar do apartamento 1301? – Pede educadamente a medida que arruma as sacolas de comida em sua mão. Na volta da sessão com Andrew, ele estava com fome e apostava que Louis também não tinha comido nada, então o restaurante chinês no caminho para cá pareceu uma proposta bastante atrativa.
Christopher assente levemente, desviando os olhos da tela ao que questiona: — Seu nome?
— Harry Styles. – Informa, observando com a testa franzida a erguida de sobrancelha que o garoto dá, como se o nome o lembrasse de algo.
— Você foi adicionado essa tarde à lista de pessoas que não precisam de autorização, então basta pegar o elevador e ir para o décimo terceiro andar, o 1301 fica a no final do corredor à esquerda... – Comunica cordialmente, indicando os elevadores com a cabeça. — Sempre que vir basta informar seu nome e avisar que está na lista para que possa subir.
— Ok. – Estende a sílaba, um tanto incerto sobre o que aquilo implica. — Obrigado, bom trabalho. – Diz por fim ao que se afasta, a expressão confusa se acentuando.
Faz seu caminho até o elevador de forma hesitante, as sacolas da comida para viagem farfalhando com seus passos lentos. Com um vinco se formando entre as sobrancelhas, Harry chama o elevador enquanto tenta entender o porquê de Louis o ter colocado nessa lista. Com um efeito sonoro, as portas a sua frente trepidam abertas e ele leva um segundo a mais para entrar por elas. Procurando o painel na parede de metal, Harry constata que os números só vão até o nono. A confusão que a pouco tinha dissipado volta com tudo e, se perguntando se eles não construíram o elevador até os últimos andares, Harry checa mais uma vez se tem a opção para o décimo terceiro andar, o qual precisa ir. Ele se lembra, contudo, que quando veio com Louis, não foi preciso usar a escada em momento nenhum.
Abobalhadamente, ainda encara o painel como se esperasse que o botão com o número treze magicamente fosse aparecer. Sacudindo a cabeça por fim, aperta o nono andar com um suspiro, é a única opção mais perto do Louis afinal. A viagem para cima é curta e logo que sai é recebido pela placa que confirma que aquilo não é uma piada ou que se enganou, o nono andar sendo destacado em letras grandes. Os olhos verdes vasculham em volta em busca da escada de emergência e uma vez que a encontra, segue na direção dela para subir os próximos quatro lances de escada.
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Sui Generis
Fanfiction"Os crentes do efêmero dizem que tudo muda, que nada é para sempre. Mas se a mudança é algo constante então o efêmero é uma contradição por si só? " Esse é um dos milhões dos questionamentos de Harry. Um garoto que provou desde cedo a instabilidade...