XX - viginti / Parte I

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          in omnia paratus

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Harry

Inclina a cabeça de modo pensativo, apreciando a temperatura fresca, o climatizador cumprindo seu papel apesar de não haver nenhuma barreira entre a vista da cidade e as enormes janelas panorâmicas. O sol é visto em seu esplendor embora já passe um pouco das três da tarde, a luz invadindo o ambiente e derramando sobre ele um brilho dourado, as partículas de poeira que deslizam no ar sendo atravessadas por toda luminosidade. Naquele momento, o cacheado pode até jurar que não escapa desse toque quente, sentindo que toda luz alcança sua pele por baixo da roupa.

Admite, no entanto, que foi a sua curiosidade a responsável por ter perturbado mais cedo o namorado, que prefere o escuro, para abrir as cortinas apenas para o deleite de tê-las assim. E não está arrependido disso, na verdade, acha que Louis só pode ter um problema sério por preferir manter aquela visão da cidade sempre escondida pelas persianas de metal que descem do teto, um total desperdício de dinheiro na sua opinião. Se tivesse algo semelhante àquela paisagem em casa não duvidaria que seria capaz de arrastar o colchão da própria cama para colocá-lo bem de frente apenas para contemplar o céu estrelado que a mesma deve fornecer.

Deixa os olhos verdes correrem pelas construções próximas, perdendo o ar em um ofego com a maravilhosidade do contraste entre os prédios lindamente clássicos e os modernos, sem perder a essência londrina.

Estranhamente o silêncio se torna presente na sala, o que faz o olhar do de cachos correr para o mais velho, que parou de ler e se encontra o fitando. Uma vez que percebeu que Louis lê muito melhor quando não é observado, o maior decidiu deixá-lo fora do alvo dos seus olhos, apesar da atenção e dos ouvidos estarem concentrados até no modo calmo que ele respira.

— Algum motivo especial para a pausa? – O mais novo questiona, baixo e lento, encarando a pele macia do menor lavada pela luz, o dourado natural sendo acentuado, rodeando as curvas do rosto dele e sombreando os lugares certos, o deixando digno de ser apreciado.

— Achei que não estivesse prestando atenção, estava tão concentrado na janela... – Ele refuta simples, a desculpa soando pouco verídica.

— Você lê melhor quando não estou totalmente concentrado em você. – O cacheado esclarece com um erguer de sobrancelha, ainda escaneado o menor, se detendo por um instante a mais nas clavículas expostas pela camisa dele. — Mas eu estava prestando atenção na sua voz.

Faz o seu caminho até onde Louis se encontra com passadas despreocupadas até o sofá. O mais velho já tinha perdido a concentração de qualquer forma, fazê-lo retomar o foco levaria ao menos cinco minutos e, ademais, eles merecem uma pausa após terem passado a última hora mergulhados no estudo, o que é um recorde levando em consideração o histórico.

— Eu gosto quando sua concentração está em mim. – Louis solta com um sorriso pendendo nos lábios, fechando o livro que tem nas mãos de modo quase automático devido à sua aproximação.

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