XXI - viginti unum / Parte II

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Harry

São nesses momentos mais que nunca que o de cachos sabe que o próprio corpo deixa de ser seu para ser dele, entregue para que ele possa fazer o que quiser. Expressões assim sempre o soou um pouco exageradas nos livros, forçada demais, porém cada vez mais está provando na pele o que é estar além do próprio controle, habitar um ser que não o ouve, apenas reagindo e se moldando conforme a dança ditada pelo outro.

Cada célula que o constitui aparenta borbulhar no lugar, concentrada onde os beijos do namorado são distribuídos, inquietas com a trilha que ele explora pelo seu braço; tão animadas quanto uma pessoa que liga para uma pizzaria e descobre que é dia de pizza em dobro. Apesar do nervosismo roendo sua barriga, lhe parece ser apropriado somente se entregar: as pálpebras encobrindo os olhos esmeraldas, os raios de sol os cobrindo como um manto enquanto Louis o adora com os lábios.

A mão do maior, a que não está sendo beijada, desce do ombro do mais velho para a lateral da costela, o indicador acariciando superficialmente a pele. O ato não incomoda o namorado, que continua na tarefa de beijar seu braço até as pontas dos dedos para então refazer o caminho com a mesma dedicação. Um tempo depois dirige a atenção para seu outro braço, passando pelo peitoral do cacheado com beijos menos pretensiosos, que apesar de erguido não o impede.

Segurando a sua mão com um envolto quente, Louis deposita um beijo no centro da palma, só então a conduzindo para o rosto dele. As orbes verdes piscam abertas para examinar a cena: o mais baixo se aninhando a sua mão, tal qual um gato; um sorriso, como espelho, reflete na boca de ambos.

— Eu sempre quis um gato que eu não fosse alérgico. – Harry solta o comentário de forma despreocupada, passando o polegar na bochecha do outro. — Meu pai dizia que era impossível, mas eu acho que você é prova que não.

— Cuidado com o que deseja. – Retruca ele em um tom atrevido, curvando o tronco para lhe beijar.

E sem qualquer hesitação, pouco a pouco, o corpo do outro se molda sobre o seu: os peitorais quentes se chocando com calma para começarem uma dança lenta de peles se roçando, um comichão surgindo no fundo dos estômagos conforme tomam o próprio tempo para si ao que se deleitam nos lábios um do outro. A sua entrega é serena na medida que é intensa, se deixando sugar para dentro daquele redemoinho sem pensar em cada detalhe que isso envolve; a concentração nos toques, em como o menor invade sua boca com a língua, nas mãos pequenas erguendo um pouco seu joelho para ter um acesso melhor a sua coxa, passando os dedos com força, quase deixando uma impressão.

A outra mão dele sobe para os seus cachos, controlando um pouco o movimento da sua cabeça como bem deseja, aumentando o ritmo e fazendo com que todo autocontrole custoso de se construir seja esvaído. E o mais novo simplesmente é perdido por isso, pelos beijos que o tiram o fôlego e esvaziam a mente, a maneira como até o toque do namorado parece uma contemplação, as demais coisas ficando em segundo plano exceto os lábios de Louis nos seus.

Sui GenerisOnde histórias criam vida. Descubra agora