-Ódio (Jess Scott)

7.2K 411 114
                                    

Desde terça eu não parei de investigar Kathleen, mesmo achando improvável que ela possa ter feito aquilo seu comportamento mudou e muito e isso não parecia ser coincidência para mim. Eu estava completamente obcecada por achar o culpado, mas claro que não contei a Bea.

Confesso que cheguei ao ponto de desconfiar dos próprios amigos de Bea, porém pus minha cabeça em ordem à tempo e então percebi que além de um estranho covarde a única pessoa que eu tinha conhecimento que era capaz de cometer uma atrocidade dessas era Kathleen.

Sexta-feira no colégio, mais precisamente no horário do intervalo, pude ver Kathleen e aquela menina loira subirem até a biblioteca onde eu costumava ficar com Bea. Meus instintos me pediram que eu as seguisse até lá, então eu fui. Esperei alguns minutos até que elas entrassem e fiquei atrás da parede próxima a porta para tentar descobrir alguma coisa incriminadora.

-O que você quer agora, Kathleen?- Perguntou a menina parecendo entediada.

-Nada, só queria conversar mesmo.- Kathleen respondeu.

-Então por que não podemos fazer isso na quadra?- A loira disse.

-Tem muita gente lá.- Kathleen parecia bastante feliz, o oposto de sua amiga.

-Por favor, me diz que não vai falar sobre o domingo mais uma vez.- Disse a amiga.

-Cara, foi muito bom. Eu deveria ter filmado aquilo.- Kathleen disse se gabando.

-Isso não é legal, não apoio o que você fez. Sinceramente Kathleen, você ultrapassou todos os limites.- A amiga parecia mais sensata que ela.

Comecei a juntar os dados que ouvi até aquele momento, eram suspeitos até demais, porém ainda não havia uma confirmação. Até que...

-A Bea é muito gostosa, devia ter feito isso há tempos.- Disse Kathleen.

Naquele exato momento meu sangue esquentou, consegui ouvir meu coração batendo alto e fortemente. Pensar era a única coisa que eu não estava fazendo naquele instante. Entrei na sala rapidamente, meu tom de voz estava extremamente alterado.

-O QUE DEU NA SUA CABEÇA QUANDO FEZ AQUILO COM ELA?- Gritei a empurrando.

Não pude perceber a intensidade da força que usei para empurrar Kathleen, eu estava cega de ódio, então ela se desequilibrou e bateu com força a cabeça na quina de uma das mesas da biblioteca ficando inconsciente.

-Olha o que você fez?- Disse a amiga.

-Eu não fiz por querer. Meus planos eram bem piores que isso.- Disse incrédula, porém feliz.

-Eu vou chamar alguém.- Disse ela correndo até a porta.

Segurei em seu braço firmemente.

-Espero que você esteja ciente do que vai dizer, pois se acaso me chamarem para depor na delegacia o seu nome estará presente como cúmplice do crime que Kathleen cometeu contra minha namorada.- Disse seriamente olhando em seus olhos.

Pude ver o medo em seus olhos, soltei-a rapidamente e nós descemos juntas. Acompanhei-a até a coordenação, para evitar suspeitas, depois esperei que fossemos liberados. Entrei em meu carro e dirigi até em casa. Eu deveria estar me sentindo culpada, mas não estava. Aquele foi um acerto de contas, mesmo que tenha sido acidental.

Subi para o meu quarto e comecei a arrumar minhas coisas, eu pensei em sair do país com Bea. Porém enquanto eu tomava um banho, antes de sair novamente, pensei que eu não tinha o direito de interromper a vida que Bea levava por causa de um erro meu.

Depois de horas pensando decidi contar a minha mãe o que aconteceu e também o que eu pretendia fazer.

Disse a ela cada detalhe sobre o que houve e que meu novo plano era ir para o Canadá, morar com minha tia, irmã da minha mãe, seguir em frente com a minha vida e, talvez, depois de alguns anos eu voltaria para morar com eles novamente. Minha mãe concordou, diríamos ao meu pai e ao demais que o motivo da minha mudança seria o mesmo das outras vezes.

Após essa conversa eu saí e fui ver Bea, que com certeza estaria muito brava por eu ter ficado o dia inteiro sem falar com ela. Então decidi ir "protegida", comprei muitas guloseimas que ela adorava e aluguei uns filmes

Cheguei à casa dela e entrei logo, como de costume. Ela estava adormecida no sofá, tão linda. Arrumei as coisas alí mesmo no chão antes de acorda-la.

-Amor?- Ela perguntou ainda de olhos fechados com a voz sonolenta.

-Como sabia que era eu?- Perguntei curiosa.

-Seu cheiro.- Ela se sentou arrumando seu cabelo desgrenhado.

Sorri imediatamente e a beijei.

-O que você trouxe pra me engordar hoje?- Ela perguntou olhando as comidas.

-Pizza, hambúrguer, batata, sorvete, o suco de maracujá que você adora.- Disse acariciando seu rosto.

-Acho que eu vou casar com você- Ela deu risada- Volto já.- Bea se levantou e foi até o banheiro.

Enquanto ela estava ocupada coloquei o DVD para rodar e me sentei no sofá novamente. Bea voltou com os cabelos presos num rabo de cavalo perfeito, se sentou e começou a comer. Fiquei imóvel observando-a pensativa.

Como não existe plano perfeito, a imperfeição do meu encontrava-se no ponto em que eu teria que deixar Bea sem dizer a ela os verdadeiros motivos. Isso partiria meu coração, e pior ainda, o dela.

-Amor?- Ela me tirou do meu transe horrível- Vem comer comigo.

-Não to com fome, amor.- Sorri de lado entrando tentando disfarçar.

-O que foi? Ta tão quietinha hoje.- Ela se levantou e levou um pouco de comida em um prato para mim.

-Não é nada amor, só to um pouco tensa.- Peguei o prato e comi um pouco.

Bea pegou o prato de mim e então começou a levar a comida até minha boca. A cada minuto ficava mais difícil abandoná-la, percebi que não se tratava mais de uma simples paixão, eu realmente a amava.

Nós nem assistimos aos filmes, quando terminamos de comer, eu limpei tudo e depois subimos para o seu quarto. Bea, sem dizer uma única palavra, me levou até o banheiro e pouco a pouco me despiu, fiz o mesmo com ela.

Fomos para o box e eu liguei o chuveiro, achei que seria apenas um banho normal, mas com Bea nada era normal e isso era uma das melhores coisas em namorar com ela. Olhando ela alí, molhada, me encarando com aqueles olhos castanhos penetrantes foi impossível não ceder.

Eu a beijei com vontade, segurando em sua cintura colei seu corpo no meu. Lentamente a encostei na parede, ela arranhou minhas costas suavemente e aquilo me deixou louca. Beijei seu pescoço várias vezes, pude ouvi-la gemer baixinho, então descendo meu corpo beijei seus seios brevemente e logo comecei a chupa-los delicadamente. Bea acariciava minha nuca carinhosamente, seu toque era inigualável. Voltando a beijar seus lábios aveludados, deslizei minhas mãos por todas as partes possíveis de seu corpo impecável.

-Vem pra cama?- Ela sussurrou durante o beijo.

Desliguei o chuveiro imediatamente e peguei a toalha, sequei parcialmente nossos corpos, segurei Bea em meu colo e a levei para o quarto. Coloquei-a gentilmente na cama e pus meu corpo em cima do seu.

-Amor?- Ela sussurrou.

-Oi, minha vida.- Respondi enquanto acariciava suas pernas.

-Eu amo você.- Bea disse graciosamente.

Rapidamente a beijei de uma maneira intensa como nunca havia beijado antes. Eu a amava tanto...

Como é possível ter um amor tão grande por alguém em tão pouco tempo?

Por fim ela dormiu em meus braços. Me mantive acordada pela madrugada inteira apenas para ter o prazer da companhia dela. Não significa que eu havia esquecido o que estava por vir, só tentei aproveitar aquele momento magnífico ao máximo que mais à frente eu deixaria de ter para sempre.

I kissed a girlOnde histórias criam vida. Descubra agora