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CAPÍTULO 8

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CAPÍTULO 8

MONSTRO

Paciente: JEON JUNGKOOK, 00143.

Já é madrugada quando finalmente consigo pegar no sono, e como tudo sempre pode ficar pior, por volta das seis da manhã fomos despertos com o som de uma sirene escandalosa ressoando por cada centímetro da maldita pensão. Posiciono as palmas das mãos nas orelhas, pressionando-as, na tentativa de abafar o som. Minha cabeça ameaça explodir com o barulho.

— Mas que merda é essa?

— Pequeno, levante rápido e vá para o corredor principal — Jin alerta com os olhos aflitos e sai às pressas pela porta.

Deixo o quarto me sentindo sonolento e atordoado. Ao chegar no corredor principal me deparo com todos os pacientes enfileirados um ao lado do outro, como um soldado à espera do general. Percebo que Jin aperta os olhos, tentando se manter focado e não mostrar fraqueza por conta do barulho, mas todos estavam visivelmente incomodados. Não demora muito para que minha atenção e a de todos presentes no recinto se voltem para o indivíduo que se joga no chão a cada disparo sonoro proferido. Taehyung chega sendo carregado pelos colegas. Sugar tenta inutilmente tapar os ouvidos do amigo com as mãos, mas sem êxito. Ele continua no chão, encolhido, com as mãos espalmadas nas orelhas, apertando-as com uma força intensa.

— Já estamos todos aqui. Desliguem essa merda! — Sugar grita, surpreendendo a todos. — Está insuportável para nós, imagine para o 00137. Desliguem essa porra!

Jin sai do lugar e carinhosamente traz Taehyung para mais perto. O garoto, aparentando sentir dor, esconde a cabeça nos braços do amigo. Jin faz sinal para que eu me aproxime e finalmente o barulho cessa.

— Pequeno, fique do meu lado e seja prudente, não responda a nenhuma das provocações, por favor — sussurra, ainda parecendo preocupado com a situação.

Obedeço, mesmo sem entender o que diabos estava acontecendo. Noto Taehyung se recompor  e logo em seguida se coloca em pé ao lado dos outros pacientes. Seu rosto está pálido e suado. Imagino que pela pressa ele tenha esquecido das balas, pois posso sentir seu cheiro nauseante daqui.

Estamos em um salão enorme. Posso ouvir os pés inquietos dos demais pacientes deslizando no assoalho. As paredes são brancas demais e as luzes fortes causam uma sensação turva nos olhos. As portas de aço se abrem, e lá está o coque preso no topo da cabeça, os saltos finos, e a saia bege. Sun Hee caminha em nossa direção com um olhar de abominação, e traz consigo outros dois guardas. Ela estala os dedos para que ambos a sigam. Sinto o peito inflar de orgulho ao notar sua mão esquerda enfaixada.

— Bom dia, aberrações — disse ela, e posso jurar que sua voz falsa me causa mais repulsa que o cheiro de Taehyung. — Alguns devem estar se perguntando o motivo de acordá-los assim em pleno domingo.

Pensão Solitarius [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora