CAPÍTULO 9
A MISTERIOSA DOUTORA
Paciente: JEON JUNGKOOK, 00143.O gosto amargo dançando nas papilas da minha língua quase me fazem desistir de abrir os olhos. As luzes brancas me cegam por alguns segundos. Uma mulher beirando os trinta anos e usando um jaleco branco está debruçada sobre mim, aguardando que eu desperte.
— Se sente bem, 00143? — questiona, ajeitando a fivela das amarras presas no meu pulso. — Vou te dar alguns analgésicos, suas costas e abdômen ainda estão com hematomas bem feios.
Olho para os meus pulsos amarrados e sacudo as mãos. O aperto estava me causando agonia.
— Espere, eu vou soltar isso.
Ela prende os cabelos longos e escuros para trás e se concentra em soltar as fivelas. Minutos depois, posso suspirar aliviado ao sentir meus braços e pernas livres novamente.
— Consegue se levantar? Posso te ajudar?
— Eu consigo sozinho, não me toque — digo, ríspido.
Faço um esforço enorme para me levantar daquela maldita maca, mas sinto dores terríveis no estômago. Depois de alguns minutos finalmente consigo me sentar.
— A coisa foi feia aí. — A doutora aponta para o meu abdômen. — Como se sente, 00143?
Ela me encara com um dispositivo eletrônico quadrado em uma das mãos e na outra segura uma espécie de caneta tecnológica que usava para escrever na tela. A médica era alta e magra, apesar de o quadril ser mais avantajado. Possuía um rosto arredondado e os olhos eram pequenos e escuros.
— Como eu me sinto? Como você se sentiria trancafiada em um lugar estranho por ser considerada uma aberração? — Elevo o tom de voz. A ômega recua minimamente.
— Como eu me sentiria? Eu me sentiria exatamente como me sinto agora.
— O que você quer dizer com isso?
— Quero dizer que sei exatamente como você se sente. Sou um dos "consertos" que deram certo, mas acredite, estou tão presa aqui quanto vocês.
Ela sorri e desliza a ponta da caneta na tela luminosa do dispositivo, anotando algo.
— Mas isso não faz o menor sentido.
Ela me olha, prende a caneta junto ao eletrônico e larga o objeto devagar sobre a mesa. Um suspiro sôfrego deixa seus lábios, enquanto ela puxa o crachá de identificação que estava escondido dentro do jaleco branco.
— Sou a doutora Gil Da Ran, 00020. Prazer em conhecê-lo, 00143.
Olho para ela desconfiado.
— Você também é um número?
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Pensão Solitarius [Taekook]
Fiksi PenggemarEm busca de uma perfeição doentia e inalcançável, a miséria consequente dos seus próprios erros e ganância, deixa os seres humanos à beira da extinção. Temendo o total extermínio da espécie, Kim Dae-hyun, um cientista brilhante e bem articulado, ofe...