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Capítulo 23

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Capítulo 23

ELE É MEU

Paciente: JEON JUNGKOOK, 00143.

Desperto assim que sinto Taehyung estremecer ao meu lado. Ele agita as mãos com brutalidade, como se desejasse afastar alguém. 

— Ei, calma. Taehyung?

Vejo ele abrir os olhos. Um filete de suor escorre das suas têmporas e seus pulmões parecem sentir falta do  ar.  

— Pesadelo? 

— Sempre — responde ofegante, deixando escapar uma risadinha.  

— Passado, presente, ou futuro?  

— Dessa vez, passado — Taehyung sorri, e acho menos solitário ter alguém que entenda a pergunta tão depressa. 

O passado sempre me causava pesadelos, o presente é um pesadelo constante, e o futuro tão incerto e sem esperança que também me aprisionava em pesadelos perturbadores.  

Ainda estamos sentados no chão, meu braço esquerdo permanece circulando a delineada cintura dele. Depois de Taehyung me pedir para segurá-lo, obedeci. E agora minhas mãos não querem mais sair de perto dele. Gostaria de segurá-lo para sempre se fosse possível, mas não é. 

Durante a conversa expliquei para Taehyung o quanto era perigoso nos mantermos próximos. Eu já havia cometido o erro de deixar alguém se aproximar tanto de mim e olha como tudo terminou. Taehyung aceitou logo de cara, parecendo muito compreensivo.

Enquanto conversávamos, sutilmente flutuava pelos meus pensamentos a ideia de que, talvez, quem sabe, dessa vez fosse diferente. Mas o que exatamente era diferente? Quando meu fluxo de pensamentos me levavam até essa pergunta, eu empacava. Não sabia como respondê-la. E provavelmente é porque não existe diferença nenhuma. O fim de Taehyung ao meu lado seria tão cruel quanto o de Yugyeom. 

Suspiro fundo e olho ao redor. O quarto é diferente daquele que divido com Jin, e ter Taehyung tão próximo me faz ter a estranha sensação de acordar em uma realidade paralela.  

Depois encaro o topo da cabeça dele, encostada no meu ombro. A cabeleira vermelha é uma graça. Fico tentado a acariciá-la. A curiosidade em saber se os fios são tão macios quanto imagino fazem meus dedos formigarem, teimosos, doidos para obter a resposta que tanto procuram, mas contive o impulso.

Aproveitando a proximidade dos nossos corpos, com um toque gentil e delicado, Taehyung traça os detalhes do meu maxilar com o dedo indicador.  

— Sua pele é tão macia — diz com um sorriso discreto no canto dos lábios.  
Deixo escapar uma risadinha soprada e tola. 

— Tudo bem, eu vou te contar — declaro, apertando um pouquinho mais a cintura dele. — O segredo da pele macia são as lágrimas, você deveria chorar mais. Ser um cara que nunca chora vai te custar uma pele bonita.  

Pensão Solitarius [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora