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Capítulo 15

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Capítulo 15

O BEBÊ CHORÃO E O PERSEGUIDOR

Paciente: JEON JUNGKOOK, 00143.

Fecho os olhos tentando focar no quanto o toque de Taehyung é caloroso e gentil. Mais algumas lágrimas caem despercebidas e por um segundo não me importo em chorar, pois, pela primeira vez, desde muito tempo, havia alguém para secá-las.

"Eu vou ficar"

Fecho os olhos com mais força, enquanto permito que aquelas palavras me invadam como o sol surgindo pela fenda das cortinas de uma mansão abandonada, consumindo a escuridão, dissipando o mofo, fazendo cada cômodo voltar a ser um lugar habitável.

Tornando meu coração um lugar habitável.

Aqueles que já conheceram a dor de ser rejeitado podem entender o quanto essas palavras devolveram um fio de alegria para a minha alma, e eu não fazia ideia do porquê Taehyung despertava esse sentimento em mim. Eu ainda não conhecia sua história, mas era como se Taehyung me entendesse completamente.

Dizem que só um sofredor para entender a dor do outro. Através do seu toque, pude sentir o quanto a alma de Taehyung já havia sofrido. Suas mãos carinhosas dessa vez deslizaram com calma e temor até os meus cabelos.

— Você tem medo de mim — acuso. — Apesar da falsa sensação de cheiro cítrico pelas balas de limão, eu ainda sinto a parcela do seu cheiro enjoativo, sei que está com medo — falei, ainda de joelhos.

Abro os olhos, mas continuo olhando para o chão. Eu não quero encará-lo. Eu nem mesmo sei qual o motivo dele ainda estar aqui ou por qual razão está tocando em mim, ou pior, por que eu estou permitindo que ele me toque?

— Eu não tenho medo de você — Taehyung retrucou baixinho. Sinto sua mão descer até minha bochecha novamente. — Eu tenho medo que você sofra, se culpe, e acabe entrando ainda mais nesse abismo profundo, o mesmo abismo que eu tento escapar há anos.

Taehyung suspira profundamente. Sinto o quão carregada de sentimentos pessoais suas palavras estão. Ele prossegue.

— Tem males que a gente não deseja a ninguém, nem mesmo para um amigo que conheço há pouco tempo.

Levanto o rosto pela primeira vez, entretanto, ainda assim, opto por encarar uma árvore. Talvez eu esteja com medo de encarar os olhos dele. Nossos instintos nos avisam do perigo. E nesse momento meu maior perigo era esse garoto me fazer despertar sentimentos adormecidos.

Se eu me apegar a Taehyung, vou perdê-lo. E eu estou tão cansado de perder tudo que amo.

— E o que você sabe sobre viver neste abismo?

— O que eu sei? — Taehyung solta um riso irônico.

— É, o que você sabe?

— Não muito. A única coisa que sei é que você pode até tentar disfarçar, fingindo que não se importa por estar despencando cada vez mais, só que no final, você ainda está sozinho, e tudo continua terrivelmente escuro.

Pensão Solitarius [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora