Capítulo 3

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Capítulo 3

Suspirei olhando para o corredor do terceiro andar, sabia que Jackson estaria na sala de música me esperando, rezava internamente para que ele não estivesse lá.

Despistei Karine alguns segundos atrás, sabia que não podia esconder isso dá minha melhor amiga, mas já estava me julgando internamente de mais para querer alguém se intrometendo em minha vida.

Minhas mãos tremiam, sabia que estava vermelha de vergonha e nesse momento me odiei por ser tão pálida. O que eu puxei da parte do meu pai, cabelos negros e tão branco quanto eu, parei na porta que estivera outrora me vendendo depravadamente para Jackson Rox. Ainda estava tentando entender como alguém como ele se interessaria por uma pessoa como eu, claro no sentido sexual, tinha plena certeza que eu não era atraente sexualmente para ninguém, até eu se fosse homem não me pegaria.

Sabia que minha autoestima era um lixo, mas convivi com pessoas ruins e sempre usavam meu corpo como pretexto para me magoar. Lembro-me quando tinha feito quinze anos e estava decidida a trabalhar, papai tinha conseguido para mim uma entrevista em uma cafeteria no centro da cidade. Era uma vaga de estágio. Atender telefones e os pedidos dos clientes, coisas simples que qualquer outra pessoa poderia fazer, exceto eu. Quando vi várias meninas magras e bonitas logo me bateu a depressão, a dona da cafeteria tinha dito que eu não me encaixava no perfil - se é que vocês me entendem - tinha vários cursos em meu currículo que meu pai tinha proporcionado para mim no decorrer da minha adolescência. Mas no final quem ficou com a vaga foi uma garota loira com um físico invejável que nem falar direito ela sabia. E foi bem ali que eu tive consciência que tinha sofrido *gordofobia.

É tem pessoas que tem nojo e repulsa por pessoas com meu físico, é difícil acreditar, mas é a verdade a maioria das pessoas hoje em dia são bem superficiais. Só se importam com o exterior. Bem aceitei quem eu sou, mesmo que no processo tive que enfrentar altas crises de inferioridade, hoje eu olho o meu corpo e aprendi a me amar do jeito que eu sou. Mas me olhar no espelho e me amar é bem diferente de deixar um garoto tão bonito como o Rox me ver nua. Sim me achava bonita, mas isso se torna supérfluo quando é outra pessoa que tem que dar a opinião sobre você. O que eu não deveria me preocupar é claro, mas é completamente inevitável ter receio de não agradar.

Assim que cheguei até a porta da sala de música parei um pouco e respirei fundo, logo em seguida abri a porta.
Como da outra vez estava escuro, mas o cheiro da nicotina ainda estava ali, sabia que Jackson estava lá dentro me esperando para fazer Deus sabe o que.

Fechei a porta atrás de mim e olhei para os lados procurando o dito cujo.

- Jackson . - Minha voz estava trêmula.

Olhei ao redor, mas ainda não dava para ver nada. Subitamente a luz se acendeu me fazendo soltar um gritinho assustado.

Ouvi a risada atrás de mim, Jackson está sem camisa mostrando todo seu peitoral sarado e suas tatuagens espalhada pelo seu braço e ombros. Era uma visão realmente bonita.

- Você é muito barulhenta. - Ele murmura com a voz rouca, senti o ar ao meu redor ficar pesado.

- Desculpa. - Sussurro.

- Vem, temos que conversar. - Ele me puxou até a parte mais escura da sala onde poderia notar um piano e alguns instrumentos velhos. Senti vontade de tocá-lo.

- Então... O que você queria falar?

Jackson sorri ladino apreciando minha cara de assustada.

- Estou cobrando minha parte do acordo. - Oh, minha boca secou e minhas pernas ficaram bambas.

Ele queria sexo.

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