IV

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- Vocês... vocês todos, Maya, Riley, Lucas, Farkle, Zay e Smakle... vocês têm permissão para sair da sala hoje. Disse o Sr. Matthews quando eu me acalmei um pouco. O que quer dizer, quase 1 hora depois. Todos os meus amigos, até os que não faziam idéia do  que estava acontecendo, como o Farkle, vieram me abraçar. E se você está se perguntando porque eu não contei para ele, é só que... ele já tinha me ajudado muito, e eu não ia encher ele com mais das minhas preocupações e problemas. As únicas pessoas que sabiam eram a Riley e o Zay.
O Sr. Matthews me deu um último abraço:
- Saiba que você pode contar com a gente.
Saímos, nós 6 pelo vento frio de Nova York. Era inverno. Enquanto caminhávamos, eu percebi embora eles estivessem se esforçando para ser discretos, que estavam, Riley e Zay, contando aos outros desinformados o que tinha acontecido. Eles tinham feito bem em ser discretos. Eu não ia aguentar ouvir em voz alta ou falar. Fui andando, abraçada com o Zay, que me guiou para andarmos mais na frente quando ouvimos o choque de Farkle com a notícia:
- A mãe dela morreu - disse Riley.
- O que?!
- Shiuu, fala baixo. Ela já estava doente a muito tempo, teve uma piora esse final de semana, meu pai ajudou a Maya, ela ficou dormindo na minha casa e a tia Katy foi levada para o hospital. Ela já estava em estágio terminal, papai foi ver como ela estava hoje de manhã, por isso a ansiedade da Maya quando ele chegou na escola, mas... quando meu pai chegou lá... ela já tinha... falecido.
Eu já ia recomeçar a chorar quando Zay começou a conversar.
- Ei, Maya. Vai ficar tudo bem, tá? Nós estamos aqui para o que você precisar.
Ok, agora eu, definitivamente, estava chorando de novo. Afundei minha cabeça no moletom dele.
- Eu não vou conseguir, Zay. Não vou. Eu não sei o que fazer!
- Loirinha, é claro que você vai conseguir. Você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço e... - ele ia dizer mais quando os outros nos alcançaram. Não era o objetivo, mas chegamos na minha casa. Sequei as lágrimas, virei para trás, e, fungando perguntei:
- Vocês querem entrar?
Smakle deu um passo para frente, segurou minhas mãos e rebateu a pergunta:
- Você quer que a gente entre?
Olhei para os meus amigos. Todos ali. Por mim. No pouco tempo desde que recebi a notícia, já pensei várias vezes em que, agora, eu não tinha família. Que estava sozinha no mundo. Olhando ali para os meus amigos, todos lá, por mim, eu percebi que não era verdade. Eu não estava sozinha. E eu tinha a melhor família do mundo. Chorando muito, mais do que você pode imaginar, balancei a cabeça, sinalizando um "sim", incapaz de falar. Eles se juntaram em volta de mim, em um abraço meio estranho e fomos caminhando, todos meio embolados, mas juntos, até a portaria do meu prédio.

Girl Meets The Broken GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora