VI

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- Farkle, posso atender? - gritei. O telefone tocava.
- Minha casa, sua casa.
Peguei o telefone meio impaciente.
- Alô?
- Maya?!
Aquela voz. Ah, não.
- ...
- Eu tentei ligar para sua casa mas ninguém atendeu. Tentei ligar para a Riley e o pai dela me deu esse número.
- ...
- Eu soube que a Kate morreu.
- É.
- Como você está?
- Como você acha que eu estou? Ela era minha única família.
- Não é verdade, doci...
- Sim, é sim. Não me chama de docinho. Eu não falo com você tem 13 anos.
- É, mas eu sinto que está na hora de nos unirmos, eu sou seu pai biológico, você não tem mais sua mãe e... eu queria te consolar.
- Ah, é. - debochei. - Você vai super conseguir fazer isso estando em Los Angeles.
- Querida... Eu estou na porta da casa do seu amiguinho. Eu estou aqui.
Ele ria inocentemente do outro lado da linha. Desliguei na cara dele.
Saí correndo pela casa. Cheguei na cozinha e vi Lucas bebendo água.
- Onde você está indo? - ele perguntou.
Eu estava ofegante.
- Ei, calma. - ele se aproximou. - O que houve?
- Frente da casa...
Ele me olhava sem entender.
- Meu pai lá fora...
Seu instinto protetor ligou. Ele sempre achou que podia proteger todos nós, todos os seus amigos. Ah, como eu queria que fosse verdade,
- Vem comigo. - ele pegou na minha mão e fomos andando. Eu queria perguntar aonde estávamos indo mas não tinha forças.
- Riley.
Estávamos na porta do quarto deles.
- Docinho, o que aconteceu?
Ela perguntou, preocupada, olhando para mim.
Lucas explicou brevemente e embora eu esperasse apoio, eu ouvi dela:
- Chegou a hora.
- Não, não chegou. Nunca vai chegar. Eu não quero falar com ele nunca, na minha vida.
- Maya, ele é seu pai. Você não pode evitar ele para sempre.
- Você fala isso porque você não sabe quem ele é de verdade!
- Riley, a Maya tem razão. Ela não precisa se encontrar com ele. Você, a melhor amiga dela, sabe disso melhor do que ninguém, viveu isso com ela, não percebe como esse homem fez mal para ela?
Comecei a chorar. Era muito, era demais. Eu não ia conseguir.
- Ei - Riley tocou no meu braço. Ela e Lucas estavam quietos, me olhando. - Desculpa. É você quem tem que decidir isso. Você não quer falar com ele. Eu respeito.
- Vamos cuidar para que ele não chegue perto de você. Vai descansar. - Lucas completou.
Abracei eles e voltei para o meu quarto, mas eu sentia que aquela história estava bem longe de acabar...

Girl Meets The Broken GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora