VII

1K 80 0
                                    

Eu morei um tempo com o Farkle. Mais de um mês. Eu ainda não conseguia controlar minhas emoções direito. Era complicado demais. A morte da minha mãe, Lucas, e... Farkle. Sim, ele estava na minha listinha de sentimentos. E acho que agora eu entendo melhor algumas coisas. Riley sempre foi minha melhor amiga. Eu sempre me importei tanto com ela e ela comigo. E... quando ela decidiu se importar com outra pessoa... acho que fiquei com inveja e resolvi me importar também. Eu não culpava ninguém, a não ser eu mesma, por toda aquela confusão na minha vida. E por isso, talvez, fosse tão difícil de superar. Eu não gostava mais do Lucas, então por que estava me importando tanto? Eu estava melhorando, eu sentia isso, apesar de sempre haver recaídas no dia a dia. Nesses momentos, eu sabia que eu podia contar com alguém. Eu ia para o quarto do Farkle e ele me entendia. Ele deixava eu falar, e chorar, e não dizia que ia ficar tudo bem, porque ele sabia que nada ia ficar bem, não naqueles momentos. Então, eu chorava. E chorava, e chorava. Até que eu entendi. Meus sentimentos me incomodavam por que eu ainda gostava de alguém. Algum improvável, que eu nunca pensei gostar. Eu gostava do Farkle. E muito. Mas eu sabia que ele me via apenas como uma amiga. E quando eu percebi quão fortes meus sentimentos eram, eu não podia mais ficar ali. Então eu disse a ele que era hora de voltar para casa. Ele, claro, concordou, eu devia estar sendo um fardo para ele. Só que eu estava enganada! Na hora da minha ida, ele se aproximou de mim. Eu me assustei.
- O que está fazendo?
Ele sorriu de leve.
- Quer fazer o favor de ficar parada?
Então, ele me beijou. Foi um beijo suave. Simples assim. Confuso assim. Perfeito assim. Ele se afastou e nós nos olhamos. Me aproximei dele de novo.
- O que está fazendo?
Foi a vez dele se assustar. Eu ri.
- Quer fazer o favor de ficar parado?
Ele sorriu e ficou. Nos beijamos por uns 30 minutos. Começaram suaves e então um pouco mais intensos. Foi perfeito, mas eu ainda tinha quer ir para casa. Foram mais 2 dias de beijos escondidos até começarmos a namorar. Eu não podia dizer que estavam sendo os melhores dias da minha vida, por que não era verdade. Eu sentia tanto a falta da minha mãe, e queria contar para ela o que estava acontecendo comigo. Mas eu estava melhor. Eu não sentia mais aquela tristeza absurda. Eu sentia saudade. E isso, eu sentiria para sempre. Eu estava em paz. E estava feliz com o Farkle. Eu sentia que gostava dele de verdade. Talvez até um pouco mais.

Girl Meets The Broken GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora