IX

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- Ei, Maya.
Um pouco da raiva que estou sentindo some quando vejo Farkle acenando na minha direção. Corro até ele dando um breve beijo em seus lábios.
- Oi, amor, tchau, amor! - digo já saindo apressada novamente.
- Espera! - ele me segura pelo braço.
Eu olho para ele, dando permissão para dizer o que quer que seja que ele queira falar.
- Maya, o que está acontecendo?
Solto uma gargalhada. Riley me contou sobre seu surto e sobre o que falou para Farkle. Explico e rapidamente e completo:
- Não vamos entrar em detalhes, mas suponhamos que eu queira matar o Lucas...?
Ele ergue as sobrancelhas e depois de um tempo diz com um sorisso meio malicioso e meio engraçado:
- O que você quiser, gatinha.
Sorrio largo e saio correndo de novo.
No meio da minha procura por Lucas, encontro Zay.
Merda.
Finjo que não o vi, mas ele me chama para perto e só falto morrer de vergonha agora que sei da traição.
- Tá tudo bem, Maya? Você tá vermelha... - ele pergunta.
- Não, não, eu tô bem. Na verdade, Zay, eu estava procurando o Lucas. Você sabe onde ele está?
- Sim, está jogando sinuca com a Smakle.
- Ótimo!
Saio de novo, apressada. Já longe, grito:
- Obrigada!

Eu realmente encontro Lucas na sala de jogos. Smakle me olha assustada quando entro, provavelmente a garota nunca me viu tão alterada. Lucas se vira para mim, consequência do olhar assustado de Isadora.
- Oi, Maya! - ele sorri.
- Oi? - pergunto, cética. Como ele consegue ser tão babaca e mentiroso?!
Ele fecha a cara e eu paro de andar.
E você agora está pensando que eu vou desistir, certo? Errado.
Levanto o punho e, em um movimento rápido, acerto o nariz de Lucas, que começa a sangrar e cambaleia para trás.
Estou prestes a soca-lo de novo e pelo resto da vida se fosse possível, mas sinto um braço forte me puxar para trás e o gritinho fino de Riley perfurar meus ouvidos.
- Ou, qual é, Maya?
É Zay.
- Droga, Zay, me solta. - Eu berro. - Não percebe que eu estou te protegendo?
- Me protegendo? - ele repete, quase debochado.
- É seu idiota!
Eu respiro fundo tentando me acalmar. Riley deve ter percebido que eu estava voltando a sanidade e pede para Zay me botar no chão. Ele obedece. Smakle vem na nossa direção com o olhar preocupado e ao olhar novamente para Lucas, sinto que não vou conseguir me acalmar ou explicar o que houve para os meus amigos com ele por perto. Então saio correndo, descendo as escadas para o andar de baixo do salão de jogos e de lá, porta afora. O dia está quente e durante toda a minha infância eu fiz natação, então não hesito em pular na piscina.
Sinto a água gelada chegando na ponta dos pés até o topo da cabeça e meus cabelos dançam durante o mergulho. Estar ali me dá a sensação de que tudo vai ficar bem. Volto para superfície e afundo de novo. Cada vez que deixo meu corpo na água meu coração pesa menos.
Devo ter ficado ali por 2 horas, sem nem perceber o tempo passar, porque quando decido sair, o tempo piorou. Está com cara de chuva.
Me apoio de bruços na borda da piscina para recuperar o fôlego e quase não percebo Farkle, sentado me olhando.

Girl Meets The Broken GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora