11 - O RETORNO

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Existe um destino que não será alterado. Ainda que o sofrimento lhe castigue a alma, a esperança jamais a deixará ruir❞.

—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘,

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Quando não passava de uma criança, meu pai costumava dizer que ao nascermos os deuses nos entregam uma missão que devemos completar antes de morrer, caso contrário temos de voltar em outra vida para finalizá-la

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Quando não passava de uma criança, meu pai costumava dizer que ao nascermos os deuses nos entregam uma missão que devemos completar antes de morrer, caso contrário temos de voltar em outra vida para finalizá-la.

"Escolha bem os caminhos que vai trilhar, pequena Erieanna. Pois, quando percorremos trilhas que nos distanciam da missão que os deuses nos incumbiram, ficamos cada vez mais longe de completá-la." Esse foi o conselho ele me entregou quando tinha apenas dez anos e não passava de uma criança querendo descobri o mundo.

Lembro de ter ficado com medo de andar por qualquer caminho quando estava sozinha e sempre me perguntava se os deuses estavam me observando, para comprovar se eu estava fazendo tudo certo. Aquela era uma época em que eu temia e amava os deuses. Jamais cheguei a cogitar que um dia eles seriam insignificantes ao ponto de nem sequer existirem em minhas razões.

Mas, ainda assim, comecei a refletir sobre todas as escolhas que fiz em minha curta existência mundana. Sabia que toda vez que tomava decisão, um novo caminho e suas consequências se abria a minha frente. Assim sendo, pode-se dizer que eu estava segura sobre o fato de que ter mandado Thorn embora, fora uma decisão sábia. Todavia, com o passar dos dias, peguei-me pensando em como tudo teria sucedido se ele estivesse ficado comigo.

Carreguei essa dúvida em minha cabeça até o quarto dia de Yule, pois foi nesse dia que Thorn voltou a me procurar, e, dessa forma, desestruturou, mais uma vez - o meu mundo.

— Erieanna! — O dia mal acabará de começar, quando escutei Thorn me chamando com urgência.

— Erieanna! — Sua voz alterada pelo álcool mesclou com as frenéticas batidas em minha porta.

Apressadamente, sai da cama, coloquei meu casaco de pele e fui ao seu encontro.

—O que você quer aqui? Lembro que fui muito clara quando te pedi para ir embora e nunca mais voltar. — bradei, furiosa, assim que abri a porta.

—Senti sua falta. —Exibiu um singelo sorriso. Ele parecia tão inofensivo naquele momento.

— Thorn, vá embora! — pedi impaciente.

Fingindo não ter me ouvido, ele levou as mãos em minha direção e segurou uma mecha dos meus cabelos negros entre seus dedos.

— Você consegue ser linda até quando está furiosa. — Sorriu novamente.

Tirei sua mão de meu cabelo e proferi em tom autoritário:

— Você não deveria estar aqui.

— Eu não tenho para onde ir, Erieanna. — Lamentou com uma carga de drama desnecessária.

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