4 - DESEJO

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Nenhum homem será merecedor do seu coração, pois os desejos dos homens são facilmente corrompidos.❞. 

—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘,

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"Eu tenho uma vida

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"Eu tenho uma vida. Sou dona de minhas escolhas. Homem algum poderá me controlar. Sou Erieanna, filha da Natureza, sou parte do mundo e este é parte de mim".

Enquanto permanecia presa ao acordo de Ragad, eu repetia essas palavras como um mantra silencioso, pois elas me ajudavam a enraizar meus pés no chão e manter a minha mente sã.

Nada. Absolutamente nada havia se alterado desde que ele me tomara como sua consorte. Aliás, tudo ficou pior.

Ainda guardo na lembrança a noite em que Ragad informou a sua esposa que eu seria a escrava que a ajudaria nos afazeres domésticos, e que, portanto, passaria a morar junto a eles. Lanyr nem tentou disfarçar sua expressão de desgosto ao receber tal informação. Ela me olhou furiosa e suas sobrancelhas loiras se fecharam em uma carranca. A mulher não era boba, com certeza estava atenta aos interesses — um tanto desejosos— de seu infiel marido para comigo.

Mas eu jamais fui um animal acuado, dessa forma, estufei o peito, alinhei minhas costas para me manter mais ereta possível e ergui meu queixo enquanto lhe desferi um olhar desafiador. Ela gostando ou não, aquele seria meu novo lugar.

Ninguém vai me rebaixar. Ninguém! Mantinha esse propósito em minha mente.

Naquela mesma noite, Ragad não tardou em me procurar em meu minúsculo e decadente aposento e também não se preocupou em manter sigilo sobre seu interesse em relação a mim.

Lembro-me trajava minha veste branca, cujo tecido era tão fino e surrado, que a iluminação das velas presente no cômodo eram capazes de revelar as curvas secretas de meu corpo.

Sabia que ele me procuraria. Ragad estava muito ansioso para se apossar de mim. Sendo assim, tentei ficar preparada para recebê-lo, quando enfim viesse desfrutar de seu momento tão esperado. Da minha parte, seria uma tremenda mentira se eu disse que também ansiava por ele. Eu só queria que todos se explodissem! Inclusive, é claro, Ragad.

Naquele início de noite, recordo-me que senti primeiro a costumeira brisa do vento gelado invadir o quarto e logo depois o viking deixou que toda sua imponente presença tomasse conta do ambiente. Eu deveria sentido medo, mas não tive. A vida tinha me ensinado a ser forte.

Sem outra escolha, virei-me para ficar de frente para o homem, e quando meus olhos o encontraram, percebi nitidamente que ele estava me devorando com seu indecoroso olhar. Parecia que estava faminto e não podia mais esperar para desfrutar de seu pequeno banquete.

— Sabia que viria. — Abri um sorriso malicioso que escondia perfeitamente o sentimento de nojo que se agitava dentro de mim.

— Já esperei tempo demais. — Ele diminuiu a distância entre nós, e totalmente ávido, tomou posse de minha boca.

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