20 - ACERTO DE CONTAS

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Sangue será derramado, mas no final a justiça será feita.❞.

—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘,

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Nunca fui capaz de compreender a razão de meu pai ter aceitado a morte de bom grado

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Nunca fui capaz de compreender a razão de meu pai ter aceitado a morte de bom grado. Ele nem sequer tentou lutar contra seu destino, e, em menos de um dia após os deuses — supostamente — o terem avisado sobre sua morte, papai já havia concordado de bom grado com o fim de sua vida.

Já eu, em contrapartida, estava há quase sete dias lutando para aceitar o fato incontestável de que seria sacrificada em nome de algum deus nórdico qualquer. Eu não queria ser vencida pelos meus inimigos. Na verdade, odiava o fato de que iria morrer. Não era daquela forma que imaginava que eu encontraria a liberdade. Se não fosse por Thorn, se Ragad não tivesse o aprisionado, eu já estaria livre.

Thorn.

Mas a vida ainda seguia e as informações que inesperadamente eu recebera, indicavam que Sumoko não havia o encontrado e que a mulher, ardilosa como sempre, também pensava em fugir para não ter que de me enfrentar.

Nos últimos dias eu havia vasculhado cada canto do clã, realizei feitiços, evoquei promessas e daria a própria alma em troca da vida de Thorn, mas nada do que eu fiz o trouxe de volta. Ragad o escondera tão bem ao ponte de nem mesmo a minha tentativa frustrada de invadir a sua mente, foi capaz de revelar o paradeiro de de Thorn. Era provável que nem o Jarl sabia o verdadeiro esconderijo, devia, é claro, ter mandado alguém escondê-lo.

Tonava-se óbvio a certeza de que não conseguiria fugir de meu destino. Cada respiração, cada batida do coração, cada passo que eu efetuava sobre as densas camadas de neve da fria Escandinávia, era um ato a menos em minha existência. Em breve eu seria apenas um corpo vazio, nada além de uma casca mortal.

Contudo, ainda tinha assuntos a resolver enquanto eu estivesse viva. Por essa razão, quando os habitantes clã se retiraram em suas moradas para se proteger de todos os perigos noturnos, mais uma vez escapei das masmorras e fui concluir meu plano. Pelo menos um de meus juramentos estaria cumprindo no final daquela noite.

***

Os vikings eram conhecidos por serem exímios guerreiros, poucos eram aqueles que conseguiam derrotá-los nos campos de batalha. A brutalidade e o fato de não temerem a morte, tornava-os implacáveis. No entanto, apesar de toda bravura, eles não passavam guerreiros de cuja única vantagem era corpórea. Por isso sempre foi fácil para mim invadir suas mentes fracas. Eles sempre estavam preparados para se protegerem de um ataque físico e nunca uma ameaça mental.

— Todos fracos. — debochei, olhando para os corpos dos homens desacordados próximo a porta do salão dos escravos.

Quando adentrei no inóspito abrigo dos escravos, conforme o esperado, aquelas pessoas estavam prontas para fugirem.

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