10 - O INTERROGATÓRIO

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É preciso conhecer a face obscura escravidão, de perto, para verdadeiramente desejar por liberdade. Todos devem apreender a se sacrificar em prol a um bem maior. Somente aqueles que conhecem o verdadeiro sofrimento, são capazes de desenvolver a habilidade da empatia e altruísmo. No fim, todos os desejos serão sanados e nãohaverá mais dor❞.

—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘,

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Aprendi, desde muito cedo, que nosso corpo reflete tudo que sentimos. Se estamos cansados, ele começa a perder a força. Se somos expostos a demasiado nível de estresse, sentimos que cada membro nos compõe ficarem rígidos, assim como a cabeça começa a doer, os olhos às vezes tremem descontrolados e as unhas, assim como os cabelos ficam frágeis como folhas secas. De uma forma ou de outra, o organismo reage tanto internamente como externamente ao que ocorre conosco. Todos sinais são evidentes, basta ter a intenção de interpretá-los.

Entretanto, mesmo tendo passado por diversas situações desagradáveis ao longo da minha existência, jamais havia me sentido tão mal quanto no dia após Yule: minha cabeça parecia que explodiria a qualquer momento, meu estômago deu um nó e meu corpo todo ficou demasiado dolorido. O pior de tudo é que eu sabia o que tinha provocado todo aquele horrível incômodo... Claramente ingeri cerveja demais na noite passada e paguei muito caro pelo meu momento de insensatez.

Fiquei tão acabada e quase nem consegui processar a informação de que, pela primeira vez ao longo da minha vida, eu me encontrava deitada ao lado de um homem, permitindo seus braços me envolvessem.

Ao me dar conta de sua proximidade um tanto íntima demais, cheguei até cogitar a possibilidade de me desvencilhar de seus braços, porém não estava preparada para encarar o Thorn. Dessa forma, apenas fechei meus olhos e voltei a dormir.

***

O longo período de sono foi o suficiente para revitalizar um pouco das minhas energias. Assim, quando acordei logo pelo entardecer, eu me senti melhor.

— Olá, dorminhoca. — Thorn cumprimentou, esboçando um largo sorriso. O homem de presença notável encontrava-se apoiado ao batente da porta, encarando-me como certa admiração.

— O que você ainda está fazendo aqui? — A rispidez em minha voz se tornou evidente.

— Quanta delicadeza para com um convidado! Nota-se, claramente, que és uma pessoa que desperta com péssimo humor. — replicou com uma leve pitada de ironia.

Revirei os olhos para ele, e em seguida, contrariada me levantei da cama.

— Para um desconhecido, você ficou tempo demais sob meu teto. Já passou da hora de ir procurar seu rumo. — disparei, irritada, colocando um casaco de pele sobre meu corpo.

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