🏆 Vencedor do WATTYS 2021 na categoria FICÇÃO HISTÓRICA 🏆
C O N C U R S O S:
#1º LUGAR no projeto OBRAS DOURADAS;
#1 ° LUGAR no concurso UM MAR DE ROSAS;
# 1º LUGAR concurso PENSE, CRIE E ESCREVA;
#1º LUGAR no Concurso HEROÍNAS EM PALAVRAS;
#2º L...
❝Ela aprenderá a fazer justiça com as próprias mãos e descobrirá que tudo tem um preço. Cedo ou tarde, tudo que se faz, retorna. Da roda do destino, não há como escapar❞.
—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘,
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Sete dias! Essas palavras não deixaram de atormentar minha mente, desde que Ragad as proferiu de forma impiedosa contra mim.
Sete dias. Eu tinha sete dias até estar morta. Sete dias para concluir minha vingança. Sete dias para eu achar Thorn, onde quer que ele estivesse. Sete dias até que as terras escandinavas, de uma vez por todas, tivessem meu corpo, a última batida de meu coração e meu último suspiro. As lágrimas que imploravam por liberdade, queimaram meus olhos, indicando que já não suportavam serem contidas. O nó angustiante em minha garganta nunca esteve tão doloroso quanto naquela noite, após saber que seria sacrificada por aquele que dizia fielmente me amar.
As paredes daquela casa ameaçaram me sufocar. Estar ali, num lugar que pertencia mais a Ragad do que a mim, dilacerava o meu frio coração.
Desesperada, fugi de dentro daquele lugar; fugi das cruéis lembranças presentes em cada ambiente, em cada pedaço de chão e pedra. As vozes ali dentro zombavam de mim, do meu fracasso, da maldita esperança que deixei florescer dentro de mim como uma erva daninha que tentava me matar.
Não levei meu casaco e nem me preocupei em colocar um vestido mais quente no momento em que parti apressada até às margens rio congelado.
Eu era uma tola! Sempre fui uma tola. Odiava os deuses, mas sempre recorria a eles e implorava por ajuda quando o mundo se fechava em torno de mim. Naquela noite fria, enquanto neve branda caia do céu, tocando graciosamente minha pele, implorei mais uma vez para que Cernunnos me salvasse. Implorei para outros deuses também. Tola! o vento pareceu sussurrar em meus ouvidos, pois nenhuma resposta veio ao meu encontro. Não escutei nada além do uivo do vento que dilacerava minha pele. Nada além da noite fria e escura.
— AAAAAAAAAAAAAARGGGH! — urrei a pleno pulmão.
A terra estremeceu embaixo de mim. Uma fissura da grossa camada de gelo que cobria o rio, abriu-se até a outra extremidade.
— AAAAAAAAAAAAAARGGGH! — rugi como um trovão. Era um brado de raiva, tristeza e principalmente, de dor.
Ao abrir os olhos, notei que minhas chamas haviam derretido metade do gelo que cobria o lago. Sentia-me como um vulcão bem perto de explodir. E eu queria explodir. Desejava mais que tudo fazer aquela ilha sucumbir junto a mim. Mas toda aquela gente foram salvas pelo rosto de Thorn que surgiu em minhas lembranças. Não podia permitir que matassem a única pessoa que se importou comigo.