❝E no íntimo da sua essência, ela saberá que a bondade habita em seu coração. ❞.
—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘,
533 ɗ. Ƈ
Nos últimos que se passarão, peguei-me questionando a respeito de qual tipo de pessoa havia me tornado: se eu era boa ou má. E a resposta de minha indagação silenciosa estava pendendo mais para segunda opção. O odor pungente de morte ocasionadas pelas minhas próprias mãos, arrastava-se as minhas costas, impedindo-me de acreditar na possibilidade de ainda existir bondade em meu coração amargurado. Nunca desejei me sentir daquela forma, mas não podia evitar que meus próprios pensamentos me recriminassem.
Entretanto, uma parte da minha consciência estava feliz por ter me vingado daqueles fizeram mal — não só a mim —, mas também as muitas pessoas que estavam sozinhas no mundo; pessoas que não seriam mais humilhadas e massacradas por aqueles que lancei nos braços da morte. Esse era um pequeno conforto que aliviava ao menos parcialmente o peso da culpa em meu coração.
Todavia, mal sabia eu, mas naquele mesmo dia em que o Jarl me levou para as masmorras — a prisão mais segura do clã —, ele também trouxe consigo uma visita que me fez repensar sobre todos meus conceitos acerca da maldade humana.
Eu até poderia ser uma pessoa má. No entanto, a velha que Ragad conduziu até minha cela, era mil vezes pior.
Senti a essência de sua alma sombria e vazia, assim que colocou os pés nas masmorras. Lembro que o ar entorno daquele ambiente se tornou pesado e uma sombra se espreitou ao redor da montanha em que nos encontrávamos.
De imediato, preparei-me para qualquer possível ataque e também construí um muro sólido em minha mente, algo dentro de mim dizia que havia necessidade de me proteger de um possível invasor.
Então ela chegou... Aos olhos de qualquer outra pessoa, ela parecia ser uma doce idosa com suas bochechas rechonchudas rosadas por conta da exposição ao frio. Seu cabelo grisalho trançado até o meio das costas conferiam-lhe um ar de ingenuidade. No entanto, aquele que porventura tivessem a coragem de olhar com a devida atenção para aqueles olhos castanhos envoltos por suaves rugas, poderia ver ali, discretamente, o terrível mal que ela carregava dentro de si.
Observei calada as ações de Ragad que sussurrou algo no ouvido da velha. A estranha criatura nada disse, apenas acenou com cabeça em sinal de concordância ao que lhe foi dito em segredo. Então o viking, sem proferir quaisquer palavras, abriu a cela e a deixou entrar. Por nenhum instante, Ragad olhou em minha direção, nem quando saiu e me deixou sozinha com o monstro.
— Olá, minha querida — A velha sorriu ainda representando seu papel de uma adorável idosa. — Estava curiosa para te conhecer. Os comentários que chegaram até a mim é de que seus dons são incríveis. — Forçou mais um sorriso amigável.
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SACRIFÍCIO
Historical Fiction🏆 Vencedor do WATTYS 2021 na categoria FICÇÃO HISTÓRICA 🏆 C O N C U R S O S: #1º LUGAR no projeto OBRAS DOURADAS; #1 ° LUGAR no concurso UM MAR DE ROSAS; # 1º LUGAR concurso PENSE, CRIE E ESCREVA; #1º LUGAR no Concurso HEROÍNAS EM PALAVRAS; #2º L...