Alarme falso?

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(Maya)

- "Calma, respira" - a doutora me dá um papel e assim eu limpo o gel em minha barriga.

- "Doutora o que foi aquilo que eu senti?"

- "Uma falsa contração, é psicológico. Sua gravidez vai muito bem."

- "Vai ser cesárea?"

- "Não, seu bebê está na posição para o parto normal, dentro de dois dias mais ou menos, você entrará em trabalho de parto, então aconselho que já esteja preparada, porém como não é certeza, você pode entrar em trabalho de parto hoje ainda, ou até mesmo amanhã"

- "Isso significa que ela já poderia ficar internada, doutora?" - Tom interrompe.

- "Se for da vontade da paciente, pode, já que é através do convênio, daremos todo o auxílio desde agora se preferirem"

- "Concorda Maya?" - Tom me olha.

- "Eu estou com medo... - sussurro no ouvido dele.

- "Eu tô aqui Maya, vou estar o tempo todo, fica tranquila" - ele sussurra de volta.

- "Sim doutora, eu estou de acordo. Quero ser internada agora mesmo."

- "Ok, espera um pouco." - ela sai.

- "Tom eu estou nervosa"

- "Eu entendo amor, mas eu vou estar do seu lado em todo o momento. Pai pode assistir o parto" - ele sorri, arrancando um sorriso meu também.

A doutora volta, diz que está tudo preparado, e eu sou levada a um quarto particular, Tom fica ao meu lado e eu durmo depois de ser colocada no soro.

- no dia seguinte -

Abro os olhos devagar e vejo que estou sozinha, uma enfermeira entra no quarto, eu a olho, e percebo que ela não me estranha. Busco o rosto dela em minha mente e lembro apenas de uma amiga do fundamental, mas não pode ser ela, está muito mudada.

- "Isabella?" - chamo, arriscando um provável mico.

- "Maya? Me desculpa nem te reconheci"

- "Eu que não te reconheci, mudou o cabelo?"

- "Na verdade mudei tudo." - ela ri. - "Eu não esperava encontrar você logo no hospital e grávida...-

- "É uma longa história"

- "Então o gatinho que está ali fora, é seu namorado?"

- "E pai do bebê" - sorrio. - "São os presentes da minha vida"

- "Que maravilha"

- "Nossa você tá aí formada e eu fiquei pra trás" - rio.

- "Não estou formada, só fiz um curso técnico, sou estagiária" - ela ri.

- "Fiquei feliz em te ver"

- "Quando tiver um tempo, manda mensagem" - ela aplica o remédio, anota o número dela no meu celular e sai. Tom entra em seguida.

- "Aquela era..."

- "Sim"

- "Uau, nem reconheci"

- "Ela também não te reconheceu, perguntou se você é meu namorado" - ele sorri.

- "Você tá bem?"

- "Nenhuma dor"

- "Bom então temos que esperar"

- "Que ótimo"

- "Amor, vou ligar pra sua mãe, afinal não sabemos quando o Arthur vai nascer né?"

- "Claro, vai lá."

Assim que ele sai, eu começo a pensar no quanto falta pouco pra segurar meu bebê. E que também falta pouco para o meu martírio. De repente eu começo a ficar tonta, talvez efeito do remédio. Algumas lembranças começam a rodar em minha cabeça, porém são aleatórias, não entendo o que tá acontecendo. Eu estou suando frio, e é aí que a dor começa, muito forte. Não sei se é contração, já que não para nenhum momento. Eu não consigo ficar em posição nenhuma, já que tudo dói, quando me dou conta da realidade, percebo que estou gritando. Os enfermeiros estao ali, de prontidão. Meu desepero aumenta quando sinto um líquido correr pelas minhas pernas.


- "A bolsa estourou" - grito.

Eu amo você, bebê!Onde histórias criam vida. Descubra agora