Eu amo você, bebê!

Um pingo de felicidade

(Maya)

 Chegamos na casa dele, ensopados e rindo muito. A primeira coisa que Nicolas faz, é me emprestar uma roupa da mãe dele, e vai se trocar. Nunca pensei que seria divertido "ser expulsa de casa". E não é, mas tem um lado bom.

- "Tá com fome?" - ele surge do meu lado.

- "Sim, muita fome" - rimos.

- "Você é uma fofa. Vou adorar que more aqui, sabia?" - É o que?

- "Morar aqui?" - pisco várias vezes.

- "Sim, claro."

- "Eu vim passar a noite." - ando pelo lugar.

- "Não vou deixar que vá embora." - me viro e o olho, com um olhar de: não, eu não vou ficar. Balanço a cabeça com sinal negativo.

  Isso não está em discussão. Não posso e nem quero ficar aqui. É uma noite e ponto.

- "Maya..." - ele segura minha mão e procura meu olhar.

- "Podemos comer?" - me solto.

- "Não mude de assunto." - é realmente o que eu quero.

- "Eu...pretendo ir pra casa da Gaby. Não se preocupe."

- "Nem adianta inventar Desculpas Adams, você vai ficar e ponto, eu quero te ajudar. Vê se entende. Agora vamos comer." - eu assinto.

  Nós vamos até a cozinha em silêncio e ele prepara sanduíches, todo o procedimento é feito em silêncio. E depois que tudo fica pronto, comemos, até que os pais dele chega. Meu corpo congela.

- "Amiguinha nova, Nicolas?" - o pai dele entra na cozinha.

- "Er...Sim. Mãe, pai essa é Maya Adams, da escola."

- "Prazer Maya" - o pai dele estende a mão e eu forço um sorriso.

- "Prazer"

- "Meu vestido?"

  Eu engulo em seco e assinto. De repente ela ri, e eu...bom...Eu tenho vontade de chorar. Acho que de desespero. Ainda sim, forço um sorriso.

- "Mãe, pai, a Maya pode ficar aqui?"

- "Claro meu filho." - o pai dele diz e sorri.

  Que ironia do destino. Dois desconhecidos me aceitaram, e os próprios pais da minha melhor amiga, não. Sim, é muita ironia.

- "Leva sua amiga pra algum quarto, Nick."

  Ele faz que sim com a cabeça e eu o acompanho, até o andar de cima. Ele me leva a um dos milhões de quarto que tem aqui. O quarto é grande, confortável e extremamente bem decorado.

- "Precisando é só chamar, tá?" - ele diz, sorri e sai.

- "Tá" - respondo pra mim.

  Eu me sento na cama e analiso o quarto. Caramba, que vida eu tô levando? Meu Deus. Há um mês atrás, estava tudo tão...perfeito.

- Flashback on-

- "Meus pais saíram, que tal irmos pro meu quarto, princesa?"

- Flashback of-

  Ah meu Deus, por que eu não evitei? Tudo estaria tão diferente. Bom, pelo menos ainda tenho o apoio do Nicolas, ainda que pequeno, é um pingo de felicidade.

....

- "Meu filho não te engravidou né?" - a mãe dele questiona. Eu engulo em seco. Embora não tenha sido Nicolas, é exatamente esse motivo pela qual estou aqui.

- " Não, claro que não."

- " Então por que Nick te trouxe pra cá?"

  Não consigo responder, só chorar, chorar muito. Quando percebo, já contei tudo, e ela está me confortando, me abraçando, e... caramba, me sinto tão protegida. Nicolas entra no quarto e a mãe dele sai, nos deixando a sós.

- "Eu..."

- " Não fala nada." - ele segura meu rosto e me beija de leve.

Não sei o que sinto por Nicolas, mas estar perto dele, me faz bem, sei la... Estou tão confusa.

- "Nicolas...Desculpa por não ser o que você quer que eu seja, mas eu tô tão confusa."

- "Maya, eu respeito seu tempo tá? Mas eu sei que estou apaixonado por você de verdade."

- "Obrigada por tudo que tem feito por mim."

Ele pisca e saí. Ah Tom... Por que você não pode ser assim?
Eu desço para jantar, mas estou tão indiferente aqui. Os pais de Nicolas falam da empresa deles, enquanto eu não paro de pensar no babaca do meu ex. Tom, Tom, Tom. Por que você não sai da minha cabeça. Eu quero tanto te esquecer, mas um pedaço de você está comigo, e vai me acompanhar pelo resto da vida. Por que tanto sofrimento meu Deus? Estou perdida em pensamentos, quando todos ficam em pé, para fazer um pequeno brinde. Eu sorrio.

- "Um brinde, a nossa nova integrante da família." - o pai de Nicolas diz.

  E nós batemos as taças, selando essa nova fase da minha vida.

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